1 - ppgel/ileel/ufu - Universidade Federal de Uberlândia
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Alavarce Campos, do instituto <strong>de</strong> letras e linguística da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Uberlândia</strong>. Consi<strong>de</strong>rando a ironia – mais do que mera estratégia discursiva – como<br />
uma particular visão <strong>de</strong> mundo, esta se mostra interessante para a proposição <strong>de</strong><br />
importantes discussões na crítica literária, principalmente relacionada à questões sobre<br />
história e ficção, e seus <strong>de</strong>sdobramentos na pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>; bem como os limites e<br />
fronteiras entre relato histórico – fixo e acabado – e ficção – mera criação a partir da<br />
realida<strong>de</strong> que nos cerca. A partir do córpus “História do Cerco <strong>de</strong> Lisboa” do escritor<br />
Português José Saramago, parte-se do pressuposto <strong>de</strong> que a ironia – em especial a ironia<br />
romântica – na narrativa saramaguiana serve como elo mediador entre fato histórico e<br />
ficção. Mas, para enten<strong>de</strong>r os possíveis efeitos <strong>de</strong> sentidos provocados na interação<br />
narrador-leitor, faz-se necessário um <strong>de</strong>lineamento teórico sobre os conceitos <strong>de</strong> ironia<br />
retórica e ironia romântica. Para isso, utiliza-se dos pressupostos teóricos <strong>de</strong> vários<br />
estudiosos <strong>de</strong>ntre eles Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Ferraz, D.C. Muecke e Linda Hutcheon. Além<br />
disso, partimos do pressuposto também que – como consequência do efeito da ironia –<br />
esta po<strong>de</strong> provocar o riso, e, neste sentido, a linguagem po<strong>de</strong> ser vista como arma lúdica<br />
para a fuga – mesmo que momentânea – do julgo da condição humana, se consi<strong>de</strong>rando<br />
<strong>de</strong> acordo com perspectivas do romantismo e do pós-mo<strong>de</strong>rnismo, que o indivíduo toma<br />
consciência <strong>de</strong> sua subjetivida<strong>de</strong> e da realida<strong>de</strong> que o cerca, e materializa-se pelo viés<br />
da linguagem. Contatou-se, portanto, como resultado parcial, que a utilização da ironia<br />
romântica por parte do narrador no córpus em questão serve como particular visão <strong>de</strong><br />
mundo frente aos artifícios que regem sua subjetivida<strong>de</strong> consciente para com o mundo.<br />
Mais ainda, constatou-se também no <strong>de</strong>correr das investigações teóricas que a ironia<br />
romântica caracteriza-se pelo distanciamento do autor em relação à sua obra bem como<br />
a valorização do leitor conquanto caráter ficcional e mera representação da realida<strong>de</strong>.<br />
Em síntese, consi<strong>de</strong>ra-se o estudo da ironia importante, pois, por <strong>de</strong>spertar reflexões<br />
teóricas para a teoria literária que por vezes ultrapassam o viés apenas linguístico em<br />
questão, <strong>de</strong>batendo também com questões filosóficas, o que permite, por sua vez, uma<br />
nova forma <strong>de</strong> ver o mundo em nossa volta, e suas relações que tecemos com ele.<br />
Palavras-chave: Ironia, Ironia Romântica, Riso, pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, José Saramago.<br />
Terça-feira (30/10) - 10h15min as 11h30min – 5OA207<br />
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