1 - ppgel/ileel/ufu - Universidade Federal de Uberlândia
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técnica, atores, premiações, contexto, mensagens, cenários, câmera e outros) e,<br />
posteriormente, interpretativos em que o docente elaborará questões instigantes que<br />
direcionem e provoquem as reflexões do estudante para além da superfície da obra<br />
cinematográfica <strong>de</strong> modo que dialogue a obra em pauta com outras obras e perceba a<br />
presença <strong>de</strong> outras disciplinas. Em última instância, espera-se que os estudantes<br />
<strong>de</strong>senvolvam produções complementares ligadas ao filme trabalhado em sala <strong>de</strong> aula,<br />
como por exemplo: realização <strong>de</strong> sarau, feiras científicas, painéis, criação <strong>de</strong> websites,<br />
produções textuais, entre outras alternativas com intuito <strong>de</strong> incentivá-los a postura <strong>de</strong><br />
pesquisadores e produtores do conhecimento.<br />
Palavras-chave: Arte Cinematográfica – Ensino – Sala <strong>de</strong> Aula<br />
LITERATURA E CINEMA: A BUSCA PELO REINO DA LIBERDADE NOS<br />
PERSONAGENS DE GUIMARÃES ROSA<br />
Ionice Barbosa <strong>de</strong> Campos (Mestranda - UFG)<br />
ionice.barbosa@gmail.com<br />
Lembrando que na obra <strong>de</strong> Guimarães Rosa po<strong>de</strong>mos obter um leque <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />
“para uma reconstituição da socieda<strong>de</strong> rural brasileira”, Alfredo Bosi (2003) <strong>de</strong>screve<br />
em Céu, Inferno como são retratadas a maioria dos personagens <strong>de</strong> Primeiras estórias,<br />
<strong>de</strong> Guimarães Rosa, como elas vivem social e culturalmente e, principalmente, <strong>de</strong>staca a<br />
mediação da religiosida<strong>de</strong> popular, no meio rural . Nesse trabalho, por sua vez,<br />
<strong>de</strong>stacamos os personagens dos contos “Sorôco, sua mãe e sua filha”, “Substância” e<br />
“Os irmãos Dagobés”, a fim <strong>de</strong> observar a análise proposta por Bosi. Sem gran<strong>de</strong>s<br />
esforços, percebemos que em sua maioria, as personagens <strong>de</strong>sses contos são<br />
<strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física e mental, <strong>de</strong> recursos materiais, posição social e até mesmo,<br />
não fazem pleno uso da razão. Assim, seguindo uma lógica social, a única saída para<br />
tais personagens é esperar sofrimento, dor e morte. No entanto, em consonância com<br />
Bosi (2003, p. 36-37), vimos que “apesar disso, os contos não correm sobre os trilhos <strong>de</strong><br />
uma história <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s, mas relatam como, através <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> suplência<br />
afetiva e simbólica, essas mesmas criaturas conhecerão a passagem para o reino da<br />
liberda<strong>de</strong>”. Dessa forma, nos contos <strong>de</strong> Rosa o que importa aos personagens não é o<br />
suprimento <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s físicas e/ou sociais, mas, a liberda<strong>de</strong> da alma, para<br />
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