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Obras selecionadas de lutero, os primordios, escritos de

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"inal", algo em que jamais alguém pensou em relação às palavras do evangelho:<br />

"Não é verda<strong>de</strong> que é um mal", diz ele, "recuar da unida<strong>de</strong> da Igreja e<br />

da obediência à Sé Ap<strong>os</strong>tólica e opor-se às <strong>de</strong>terminações d<strong>os</strong> cânones? Muit<strong>os</strong><br />

se atreveram a isso, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> prestado o juramento."<br />

Eu achava que esse "mal" <strong>de</strong>veria ser interpretado como não amar a<br />

Cristo, não pastorear as ovelhas, e, por causa do cuidado por elas, ser pressionado<br />

a exigência do juramento, pelo exemplo <strong>de</strong> Cristo. Que Cristo exija<br />

. . . .<br />

isso <strong>de</strong> Pedro. Hoie a oreocuoacão é <strong>de</strong> aue <strong>os</strong> biso<strong>os</strong> não se afastem da obe-<br />

diência a Sé Ap<strong>os</strong>tólica.<br />

A isso respondo: meu bispo ainda não cometeu nenhum mal <strong>de</strong>sses. Por<br />

que então lhe exiges o juramento? Acaso porque não sabes se ele o fará no futuro?<br />

Por que não exiges um juramento por cada mandamento <strong>de</strong> Deus? Por<br />

qiie n3o te compele o nial iicm cuu? 0ii não i uni mal aiatiar-\e d<strong>os</strong> manda-<br />

-.<br />

iiir,rito> <strong>de</strong> Deu,? Siiii. ru enche, a Irrciii só <strong>de</strong> iurament<strong>os</strong>. Se65 tilo na:ieriie<br />

com <strong>os</strong> mandament<strong>os</strong><strong>de</strong> Deus, ao ponto <strong>de</strong> náo te compelirem ao juiamento<br />

tant<strong>os</strong> males que reinam abertamente, também em tua própria casa, como<br />

po<strong>de</strong>m, em relação a<strong>os</strong> teus mandament<strong>os</strong>, compelir-te ao juramento males<br />

que não existem e que talvez não acontecerão? Não se torna evi<strong>de</strong>nte que o<br />

amor <strong>de</strong> si mesmo se expõe tanto mais quanto mais se mascara? Não resta ab-<br />

solutamente nenhum motivo para que não exijas, com muito mais razão, ju-<br />

rament<strong>os</strong> para o beneficio <strong>de</strong> Deus, se <strong>os</strong> exiges em teu próprio beneficio; ou<br />

então, se não o fazes naquele caso, não o fazes neste sem incorrer em culpa.<br />

Cá tens, portanto, um mal que <strong>os</strong> roman<strong>os</strong> vêem no Evangelho: a má<br />

suspeita <strong>de</strong> bons irmã<strong>os</strong>. Pois <strong>os</strong>,outr<strong>os</strong> que vejam se as transgressões d<strong>os</strong><br />

mandament<strong>os</strong> <strong>de</strong> Deus são más. O olho da ambição e da avareza!<br />

Segue-se: "Por esse mal e pela necessida<strong>de</strong> som<strong>os</strong>, naturalmente, com-<br />

pclid<strong>os</strong> a exigir o juramento por causa da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, da obediência, da uni-<br />

da<strong>de</strong>."<br />

Por acaso também por causa da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> a Cristo, da obediência a<br />

I>cus, da unida<strong>de</strong> d<strong>os</strong> irmã<strong>os</strong>? Não. Uma coisa é o bom e o necessário para a<br />

Igreja: que Roma domine em segurança e tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> <strong>de</strong>mais sirvam em escravi-<br />

tláo.<br />

Por isso <strong>os</strong> cristã<strong>os</strong> na índia" sofrem <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> mal até hoje. Assim,<br />

;i horrenda suspeita contra <strong>os</strong> melhores irmã<strong>os</strong> é o motivo <strong>de</strong> se exigir um ju-<br />

rainento, embora não tenham essa suspeita em relação a<strong>os</strong> mandament<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

I>ciis, n<strong>os</strong> quais presumem que tudo seja cumprido.<br />

Também aqui ele enten<strong>de</strong> por "unida<strong>de</strong> da Igreja" a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e obe-<br />

~IiCiicia a Igreja Romana, não a fé, a esperança, o amor, <strong>os</strong> sacrament<strong>os</strong>, a<br />

I1nl:ivra e outras coisas <strong>de</strong>ssa espécie, mas sim essa Única coisa que não que-<br />

rciii qiic caiha a qualquer outra Igreja a não ser a sua própria. Assim mesmo<br />

1:li:iiiiain isso <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>. Hoje só a Igreja Romana tem isso, <strong>de</strong>certo seu bem<br />

siii~rciiio. Assirn mesmo todas as <strong>de</strong>mais concordam que não o têm; portan-<br />

I<br />

I<br />

I<br />

1<br />

I<br />

to, elas se unem numa coisa que não Ibes é comum, mas singularíssima e atri-<br />

buída a um único ser humano. Assim, em n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> dias, tem<strong>os</strong> que apren<strong>de</strong>r<br />

nov<strong>os</strong> vocábul<strong>os</strong> nas Escrituras e na Igreja <strong>de</strong> Deus. Quão mais corretamente<br />

enten<strong>de</strong>u Cipriano6' o amor como essa unida<strong>de</strong>, como também Cristo rogou<br />

ao Pai em Jo 17.21: "Que sejam um em nós, como também nós som<strong>os</strong> um."<br />

"Um em nós", diz ele, e não "na Igreja Romana".<br />

No fim: "Dizem que n<strong>os</strong> concíli<strong>os</strong> não se encontra tal <strong>de</strong>terminação, como<br />

se quaisquer concíli<strong>os</strong> tivessem prescrito uma lei à Igreja Romana, enquanto<br />

tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> concili<strong>os</strong> foram realizad<strong>os</strong> pela autorida<strong>de</strong> da Igreja Romana<br />

e também <strong>de</strong>la receberam força; e em suas <strong>de</strong>terminações a autorida<strong>de</strong> do<br />

pontifice romano é manifestamente excetuada."<br />

Quem po<strong>de</strong> suportar uma coisa <strong>de</strong>ssas, eu te peço? Acaso o Concílio <strong>de</strong><br />

Nicéia recebeu força e foi realizado pela autorida<strong>de</strong> da Igreja Romana? Acaso<br />

também <strong>os</strong> muit<strong>os</strong> outr<strong>os</strong> realizad<strong>os</strong> outrora por Ag<strong>os</strong>tinho e Cipriano na<br />

África? Afinal, mesmo que as <strong>de</strong>terminações excluíssem o pontífice romano,<br />

ainda assim ele não <strong>de</strong>ve querer fazer exceção, por causa da edificação da<br />

Igreja. Aqui, porém, se gloria <strong>de</strong> nada <strong>de</strong>ver a ninguém, para que também<br />

Deus nada lhe <strong>de</strong>va.<br />

Eu, na verda<strong>de</strong>, não teria respondido ao arcebispo <strong>de</strong> Palermo com um<br />

discurso tão duro e áspero, cheio <strong>de</strong> contenda e presunção, por meio do qual<br />

se suscitam raiva e ódio. Eu teria dito: "Agiienta por enquanto, irmão, pois é<br />

uma gran<strong>de</strong> coisa anular tâo <strong>de</strong> repente, só por tua causa, o que nós não estabelecem<strong>os</strong>."<br />

Pois assim se preservariam a paz e o amor. Essa <strong>de</strong>cretal, porém,<br />

só exala soberba e obstinada arrogância.<br />

Querem<strong>os</strong> acrescentar mais outra <strong>de</strong>cretal, para <strong>de</strong>monstrar, com firmeza<br />

ainda maior, que o direito <strong>de</strong> interpretar as Sagradas Letras não é exclusivo<br />

d<strong>os</strong> pontífices roman<strong>os</strong> e que <strong>os</strong> cristã<strong>os</strong> não <strong>de</strong>vem ficar prisioneir<strong>os</strong> sob<br />

suas palavras, mas que tudo que vem <strong>de</strong>les <strong>de</strong>ve ser lido com livre juizo.<br />

[É a <strong>de</strong>cretal] De maiorifate ef obedienfia, capitulo Solifae: quando o imperador<br />

constantinopolitano tinha op<strong>os</strong>to ao pontífice romano a palavra <strong>de</strong><br />

Pedro: "Se<strong>de</strong> sujeit<strong>os</strong> a toda criatura humana", etc. [i Pe2.131, querendo<br />

com isso colocar o patriarca constantinopolitano abaixo <strong>de</strong> si, respon<strong>de</strong>-lhe<br />

Inocência 11168, ou algum <strong>de</strong> seus escreventes <strong>de</strong> confiança, totalmente igno-<br />

rante nas Sagradas Letras, dizendo:<br />

"Na verda<strong>de</strong>, se tivesses atentado melbor para a pessoa do que fala, e<br />

para a pessoa daqueles a<strong>os</strong> quais fala, e para o conteúdo do discurso, não te-<br />

rias extraído tal pensamento do escrevente."<br />

Vê, por favor, esse pastor das ovelhas <strong>de</strong> Cristo que, querendo interpre-<br />

tar a palavra <strong>de</strong> Deus, se dispõe a argumentar com diferenças <strong>de</strong> pessoas,<br />

quando a palavra <strong>de</strong> Deus nada ataca tanto quanto a acepção <strong>de</strong> pessoas.<br />

67 De oralione dominica. capitulo 30, in: Migne PL 4,557.<br />

h8 Paoa <strong>de</strong> 8/1/1198 atb 16/7/1216. levou a Iereia -. medieval ao auee<strong>de</strong> seu oodcrio eclesibsti-<br />

:ti epollii;i>. I>iir;inie i, ,cii ~,.uiiii~iaJo foram frita< criii~das ;unira

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