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Obras selecionadas de lutero, os primordios, escritos de

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Mas quanto a isto inventaram uma gl<strong>os</strong>a que, sem dúvida, é a mais pesti-<br />

lenta surgida em mil an<strong>os</strong>. É a seguinte: Deus não exige perfeito cumprimen-<br />

to <strong>de</strong>sta e <strong>de</strong> outras leis semelhantes, apesar <strong>de</strong> Cristo dizer com clareza: "Ne-<br />

nhum i e nenhum til passará da lei." [Mt 5.18.1 Por esta razão, é <strong>de</strong> se temer<br />

que tais mestres pertençam àqueles que Cristo <strong>de</strong>screve assim: "Quem, pois,<br />

anula um <strong>de</strong>sses mandament<strong>os</strong> mínim<strong>os</strong> e assim ensina às pessoas, será cha-<br />

rriado o menor no reino d<strong>os</strong> céus." [Mt 5.19.1 Não se <strong>de</strong>ve dizer, portanto:<br />

"Deus não exige um mandamento perfeito" (pois isto significa mudar o<br />

iiiandamento <strong>de</strong> Deus), mas sim: "Ele perdoa o que fazem<strong>os</strong> a men<strong>os</strong>." No<br />

entanto, não perdoa a<strong>os</strong> roncadores, e sim a<strong>os</strong> ativ<strong>os</strong>, a<strong>os</strong> tementes e a<strong>os</strong> que<br />

dizem com Jó: "Temo por todas as minhas obras, sabendo que não poupas o<br />

<strong>de</strong>linqüente." [Jó 9.28.1 Aqueles, na verda<strong>de</strong>, ensinam que Deus poupa o <strong>de</strong>-<br />

linqüente, pois dizem: "Não exige ." Cuida, portanto, para que não creias<br />

que não se exige <strong>de</strong> ti o mandamento todo e para que não ignores por acaso o<br />

quanto <strong>de</strong>ves a Deus e acabes arrogante e indolente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhando sua graça,<br />

:I qual quis atrair-te ao máximo por meio <strong>de</strong> um mandamento imp<strong>os</strong>sível para<br />

ti.<br />

Para finalizar, torno a citar a oração do Senhor. Sozinha, ela instrui<br />

iiiais e melhor a alma a respeito do livre arbitrio, da graça e do pecado do que<br />

tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> livr<strong>os</strong> d<strong>os</strong> teólog<strong>os</strong> mo<strong>de</strong>rn<strong>os</strong> e as argúcias d<strong>os</strong> <strong>de</strong>bates.<br />

Quem ora: "Santificado seja o teu nome" pe<strong>de</strong>, sem dúvida, o que não<br />

p<strong>os</strong>sui; pois não se <strong>de</strong>ve brincar com Deus com palavras fictícias. Se não tem,<br />

(lesonra o nome <strong>de</strong> Deus. Mas consi<strong>de</strong>ram<strong>os</strong> nós coisa <strong>de</strong> somen<strong>os</strong> importân-<br />

ci:i não santificar o nome <strong>de</strong> Deus, mas <strong>de</strong>sonrá-lo?<br />

Da mesma forma, quem ora pela vinda do reino <strong>de</strong> Deus - que é justiça<br />

c paz e que está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós, como ensinam Cristo", e Pauloim - não se<br />

confessa injusto e carente <strong>de</strong> justiça? Não obstante, assim só oram <strong>os</strong> filh<strong>os</strong><br />

~lc Deus just<strong>os</strong> e sant<strong>os</strong>.<br />

De igual modo, quem diz: "Seja feita a tua vonta<strong>de</strong>" não se confessa re-<br />

I>çl<strong>de</strong> contra Deus? Por acaso não é pecado quando não é feita a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

I)ciis? On<strong>de</strong> está agora o livre arbitrio? Porventura não <strong>de</strong>sespera aqui <strong>de</strong> si<br />

iiiesino, refugia-se só na graça, atribui a si mesmo unicamente pecado e con-<br />

Icssa que <strong>os</strong> mandament<strong>os</strong> <strong>de</strong> Deus lhe são imp<strong>os</strong>síveis? On<strong>de</strong> está aqui o<br />

"i':rzer o que está em si"ioi, visto que <strong>os</strong> just<strong>os</strong> oram e se confessam pecadoics<br />

dc tantas maneiras? Assim, essa prece anda na boca <strong>de</strong> tod<strong>os</strong>, mas até<br />

iifiora, apesar <strong>de</strong> tanto esforço e estudo, <strong>os</strong> teólog<strong>os</strong> ainda não <strong>de</strong>scobriram o<br />

i~iic i: livre arbitrio, pecado, graça, o que efetuam b, do que são capazes.<br />

IPor(aiito, disse eu com razão que a pessoa não <strong>de</strong>ve se fiar em suas obras e, a<br />

sriiicllrança do paralítico, <strong>de</strong>ve implorar, <strong>de</strong> mã<strong>os</strong> e pés imobilizad<strong>os</strong>, a graça<br />

qiic opera as obras, embora Eck e sua facção tivessem con<strong>de</strong>nado tal opinião<br />

prova sizigular <strong>de</strong> sua ignorância.<br />

Fora, pois, com essas ninharias e provas humanas que dizem: "Um único<br />

e mesmo ato não po<strong>de</strong> ser aceito e não-aceito, porque senão seria bom e<br />

mau ao mesmo tempo." Cito isso das sutilezas <strong>de</strong> Escoto, para <strong>de</strong>monstrar o<br />

quanto estão longe da verda<strong>de</strong> quando começam a medir essas coisas divinas<br />

com suas mesquinhas razões humanas. Se não ignorassem a verda<strong>de</strong> da Escritura,<br />

não diriam tal coisa. E se compreen<strong>de</strong>ssem corretamente <strong>os</strong> temas da<br />

graça, do pecado e do livre arbitrio, não consi<strong>de</strong>rariam tais cavilaç<strong>de</strong>s bons<br />

argument<strong>os</strong>.<br />

Afirmo, portanto, que o mesmo ato é aceito e não não-aceito. A razão<br />

por que ele é não não-aceito (é preciso usar a terminologia <strong>de</strong>les) não é a boa<br />

qualida<strong>de</strong> do ato em questão, mas o perdão divino; não f<strong>os</strong>se o perdão, nenhum<br />

ato seria aceito. Por isso, está suficientemente claro que <strong>de</strong>sconhecem<br />

a misericórdia divina e, por conseguinte, também a Cristo, porque inventam<br />

uma boa obra digna <strong>de</strong> aceitação sem a misericórdia perdoadora.<br />

Retrucarão eles: "Por que então se lê em 1 Jo 5102: 'Quem é nascido <strong>de</strong><br />

Deus não peca'?" Respondo: é imp<strong>os</strong>sível que qualquer filho <strong>de</strong> Deus peque.<br />

Mesmo assim é verda<strong>de</strong>, ao lado disso, que ele peca. No entanto, pelo fato <strong>de</strong><br />

se lhe perdoar, mesmo pecando, na verda<strong>de</strong> não peca. A não ser que Paulo<br />

não f<strong>os</strong>se nascido <strong>de</strong> Deus, pois diz, em Rm 7.25, que está servindo á lei do<br />

pecado. Ou então o próprio João teria mentido a respeito <strong>de</strong> si mesmo ao dizer:<br />

"Se disserm<strong>os</strong> que não tem<strong>os</strong> pecado, a nós mesm<strong>os</strong> n<strong>os</strong> enganam<strong>os</strong> e a<br />

verda<strong>de</strong> não está em nós." [l Jo 1.8.1 Segue-se a exp<strong>os</strong>ição e concordância'03<br />

rnl qiial s &i: "Sc, porciii. .mnie,sarmu\ iio>so, pe~ctdo,. clr.6 iicl c jucio pa-<br />

r3 [I,>< perduer iius>o\ pr.cad<strong>os</strong>." [I .I

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