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Obras selecionadas de lutero, os primordios, escritos de

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[ircsiinção, não apenas na aparência exterior, mas na atitu<strong>de</strong> interior, isto é,<br />

ilc sorte que n<strong>os</strong> <strong>de</strong>sagra<strong>de</strong> que ainda n<strong>os</strong> fiem<strong>os</strong> na criatura.<br />

Os pecad<strong>os</strong> são realmente veniais perante Deus quando <strong>os</strong> seres humano.~<br />

temem que sejam pecad<strong>os</strong> mortais.<br />

Isto se evi<strong>de</strong>ncia suficientemente a partir do que já foi dito. Pois Deus<br />

ii<strong>os</strong> escusa na mesma medida em que n<strong>os</strong> acusam<strong>os</strong>, em conformida<strong>de</strong> com<br />

cslas palavras: "Conta tuas iniqüida<strong>de</strong>s, para que sejas justificado."27 "Que<br />

iiio se incline o meu coração a palavras <strong>de</strong> malícia para alegar escusas d<strong>os</strong> pe-<br />

c;id<strong>os</strong>." [SI 141.4.1<br />

Após a queda, o livre arbítrio é um mero título; enquanto faz o que está<br />

o Espírito e da letra: "Sem a graça, o livre arbítrio <strong>de</strong> nada serve senão<br />

1p:ii:i pecar."za E no livro 2 Contra Juliano: "Chamais <strong>de</strong> livre o arbítrio, mas<br />

ciii vcrdadc ele é escravo", etc.'9; e inúmeras outras passagens.<br />

A scg~inda parte da sentença resulta do que foi dito acima e <strong>de</strong> Os 13.9:<br />

"'l'tia perdição vem <strong>de</strong> ti, ó Israel; o teu auxilio, <strong>de</strong> mim somente."<br />

Ap1i.s 11 qrr~da, o livre arbítrio tem uma potência apenas subjetiva para o<br />

11r.in; 11rrr.11 o rtlul, porém, sua potência é sempre ativa.<br />

Islo ~pclo scgiiiiite: quando morta, a pessoa só tem uma potência subjetiva<br />

p;ii';i ;i vida; cnqtianto vive, porém, ela tem uma potência também ativa<br />

11;ir:i :i iiioitc. O livre arbítrio, entretanto, está morto. Sinal disso são <strong>os</strong> mor-<br />

I < I qiic ~ i> Sciilii)r rcssuscitou, conforme afirmam <strong>os</strong> sant<strong>os</strong> mestres. Além dis-<br />

so, o B. Ag<strong>os</strong>tinho <strong>de</strong>monstra esta tese em divers<strong>os</strong> text<strong>os</strong> contra <strong>os</strong><br />

pelagian<strong>os</strong>30.<br />

O livre arbítrio tampouco pô<strong>de</strong> permanecer no estado <strong>de</strong> inocência pela<br />

potência ativa, mas sim pela subjetiva; men<strong>os</strong> ainda pô<strong>de</strong> progredir em dire-<br />

ção ao bem.<br />

O mestre das SentençasJ1, livro 2, distinctio 24, capítulo 1 , referindo-se a<br />

Ag<strong>os</strong>tinho, conclui o seguinte: "Estes testemunh<strong>os</strong> m<strong>os</strong>tram claramente que,<br />

na criação, o ser humano recebeu a retidão e a boa vonta<strong>de</strong>, bem como o au-<br />

xilio através do qual po<strong>de</strong>ria perseverar; caso contrário, pareceria que ele não<br />

caiu por culpa própria." Ele fala <strong>de</strong> uma capacida<strong>de</strong> ativa, o que está fla-<br />

grantemente contra o que Ag<strong>os</strong>tinho afirma no livro Da corrupção e dagra-<br />

ça, on<strong>de</strong> consta o seguinte: "Ele havia recebido o po<strong>de</strong>r, na medida em que<br />

quisesse; mas não tinha o querer, pelo qual po<strong>de</strong>ria."32 Sob "po<strong>de</strong>r" ele en-<br />

ten<strong>de</strong> a potência subjetiva, e sob "querer, pelo qual po<strong>de</strong>ria", a potência ati-<br />

va.<br />

A segunda parte está suficientemente clara na mesma distinctio do mes-<br />

I tre.<br />

1<br />

O ser humano que crê querer chegar a graça fazendo o que está em si33<br />

acrescenta pecado sobre pecado, <strong>de</strong> sorte que se torna duplamente réu.<br />

Pois do que foi dito fica evi<strong>de</strong>nte que, enquanto faz o que está em si, o<br />

ser humano peca e procura exclusivamente o que é seu. Contudo, se crê que,<br />

através <strong>de</strong>ste pecado, torna-se digno da graça ou apto para ela, ele ainda<br />

acrescenta uma soberba presunção e não crê que o pecado seja pecado, nem<br />

30 Pelagian<strong>os</strong>: hereges da Igreja antiga, seguidores da doutrina da monge bretão Peligio (ca.<br />

400) e <strong>de</strong> seu amigo Celéstio. Negavam a cativeiro do arbítrio humano, a perversa0 da natureza<br />

humana e o oecado orieinal. " Aeastinho - foi o mais ferrenho adversário <strong>de</strong>ssa doutrina.<br />

A Igreja <strong>de</strong>cidiu-se contra o pelagianismo, mesmo que - segundo Lutero - tenha<br />

mantido um semipelagianisrno, o qual combatia a partir <strong>de</strong> sua doutrina da justificaçao.<br />

31 Trata-se <strong>de</strong> Pedra Lombardo, autor do Livro das senlenc<strong>os</strong>.<br />

32 De corruplione e1 grolia, capitulo 11,32.<br />

33 Fociendo quo<strong>de</strong>sf in se, no original. A tese volta-se contra <strong>os</strong> "nov<strong>os</strong> pelagian<strong>os</strong>" que ensinam<br />

a justificação do ser humano a partir <strong>de</strong> suas boas "intenç<strong>de</strong>s". Lutero encontra essa<br />

doutrina especialmente em Gabriel Biel (ca. 141&1495), o qual <strong>de</strong>clara ser digno da graça<br />

quem se prepara para tanto, "removendo o óbice e provocando uma boa comoção em<br />

Deiis" (Exp<strong>os</strong>ilio cononis misoe, lecr. 59P).

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