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5. Sobre a ausência de infecção (hospitalar).<br />

Em décadas de cirurgias físicas sem a instrumentação, anestesia e assepsia<br />

adequados, nunca foi constatado um caso sequer de infecção hospitalar nos<br />

pacientes de João de Deus, independente de ter havido cura ou não no tratamento<br />

espiritual. Randi aqui apela para a explicação "de que nem todos os<br />

procedimentos invasivos realmente cortam completamente o tecido da pele (como<br />

um ferimento exposto), e isso poderia explicar a ausência de infecções". Randi<br />

mal sabia que João também faz cirurgias extremamente invasivas, apenas estas<br />

são mais raras.<br />

Em todo caso, a pesquisa da AMB estudou algumas dessas cirurgias invasivas, e<br />

mesmo assim confirmou que não houve casos de infecção: "não há utilização de<br />

técnica asséptica ou anestésica, mas não foi detectada nenhuma infecção e<br />

apenas um paciente referiu dor."<br />

6. e 7. Sobre os "transes" em que o médium "entra em contato com espíritos" e<br />

sobre as recuperações e curas reportadas por pacientes.<br />

Não queremos aqui analisar a crença de Randi em si. Obviamente, como cético,<br />

ele não pode conceber uma explicação espiritual para esse tipo de fenômeno. Não<br />

criticamos aqui o ceticismo de Randi, mas o exaltamos e reafirmamos: cada um<br />

deve crer naquilo que quiser. O problema está no julgar sem saber, como ficou<br />

claro nesse caso. Julgar fraude de antemão um fenômeno mal estudado, apenas<br />

porque vai contra sua crença (ou descrença). Nesse ponto, o ceticismo de Randi é<br />

obviamente falho. Não tiramos seu mérito de desmistificar diversos charlatões pelo<br />

mundo, mas lamentamos sua falta de critério para com esse caso em específico.<br />

Sobre as curas comentaremos a seguir.<br />

“Médico não promete cura, promete tratamento”<br />

Essa frase, que ouvi do célebre e amoroso médico Patch Adams (que é inclusive<br />

ateu), resume muito do que devemos considerar acerca desse tipo de cirurgia ou<br />

tratamento. Vale mencionar que "assim como outros cirurgiões espirituais<br />

brasileiros, João Teixeira afirma que as cirurgias são completamente<br />

dispensáveis, podendo os espíritos atuarem diretamente sobre os pacientes. Mas<br />

estes necessitariam ver as curas sendo realizadas no corpo físico para se<br />

convencerem da realidade do tratamento" (novamente citando a pesquisa da<br />

AMB), ou seja, lembrando Hipócrates, podemos também afirmar que "tuas forças<br />

naturais, as que estão dentro de ti, serão as que curarão suas doenças" - ou seja,<br />

entenda-se como quiser, que "a fé cura" ou que "o efeito placebo cura", o<br />

importante é que alguma espécie de cura (ou melhoria) ocorre para quem se<br />

mantém confiante e otimista, e isso é fato mesmo na medicina tradicional.<br />

Falando do ponto de vista espiritualista, me parece óbvio que o ideal seria que<br />

João parasse com esse tipo de cirurgia física. É difícil dizer até que ponto elas lhe<br />

auxiliam em sua jornada de caridade, e até que ponto apenas lhe trazem uma<br />

exposição indesejada na mídia mundial. Decerto, é claro, lhe traz muitos inimigos<br />

céticos, que chegam até a classificá-lo como "açougueiro". Obviamente que, num<br />

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