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A evolução da simbologia mágica<br />
09.06.09 (da série Uma breve história da magia)<br />
Uma das maiores conquistas evolutivas do homo sapiens é a capacidade de<br />
reconhecer e interpretar símbolos. O termo "símbolo", com origem no grego<br />
σύµβολον (sýmbolon), designa um elemento representativo que está (realidade<br />
visível) em lugar de algo (realidade invisível) que tanto pode ser um objeto como<br />
um conceito ou idéia. Um símbolo pode ter representação gráfica (bidimensional<br />
ou tridimensional), sonora e até mesmo gestual - sendo o catalisador da<br />
linguagem e da cognição humana. Como diz o ditado: "uma imagem vale mais do<br />
que mil palavras"; No entanto, mesmo as palavras nada mais são do que símbolos<br />
elas mesmas.<br />
A simbologia, tendo estado presente na evolução humana desde a pré-história,<br />
obviamente surgiu antes da escrita, que nada mais é do que um código de<br />
interpretação de símbolos bidimensionais (palavras). Quando nossos ancestrais<br />
pintavam animais nas cavernas, não estavam representando somente o animal<br />
em si, mas toda uma gama de conceitos simbólicos que hoje em dia talvez não<br />
possamos desvendar, mas provavelmente envolvia o animal em si, o espírito do<br />
animal (simbolicamente o conceito ou essência do animal), uma celebração pela<br />
oportunidade da caça do alimento, um pedido aos deuses pela abundância da<br />
caça, e talvez muitos outros conceitos. Não nos importa, para esse pequeno<br />
estudo em específico, procurar compreender as condições de nossos<br />
antepassados no horizonte tribal, mas sim o mecanismo peculiar pelo qual nossas<br />
mentes evoluíram na capacidade de interpretação simbólica.<br />
Um mero símbolo, fosse um gravura na caverna, um escultura de pedra ou metal,<br />
um grito de guerra ou o gesto de um xamã, representava por si só uma série de<br />
conceitos e idéias entrelaçadas e encadeadas, que de certa forma evoluíram<br />
conosco ao longo das encarnações, não exatamente porque de alguma forma<br />
obscura nossos genes passaram essas informações adiante, mas simplesmente<br />
porque nós mesmos, ou nossas mentes, estavam lá - vivendo no horizonte tribal,<br />
caçando e sobrevivendo na imensidão do mundo. Não que seja impossível<br />
compreender a evolução da simbologia humana de outra forma, mas<br />
principalmente dentro do estudo da magia e do ocultismo, a reencarnação sempre<br />
foi um conceito chave, muito embora tenha sido mal compreendido ao longo dos<br />
tempos.<br />
Além disso, a prática de magia surgiu primordialmente através da figura do xamã,<br />
uma espécie de mediador entre a tribo e os espíritos da natureza. A palavra xamã<br />
vem do russo, tungue saman corresponde a práticas dos povos não budistas das<br />
regiões asiáticas e árticas, especialmente da Sibéria. Outros povos lhes darão<br />
outros nomes, como o pajé indígena da América do Sul ou o seiðr dos povos<br />
vikings da Europa, mas o que importa é que provavelmente foram os primeiros<br />
magistas da espécie humana. Há muitos céticos que atribuem o surgimento dessa<br />
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