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mediação entre o xamã e os espíritos a crenças religiosas antigas de homens que,<br />

por não conseguirem compreender a natureza, atribuíram-lhe o mecanismo à<br />

função de seres sobrenaturais. Porém, o estudioso do oculto saberá muito bem<br />

distinguir o que era animismo e o que representava simplesmente o contato<br />

ancestral dos povos primitivos com os guias espirituais que, de uma forma ou de<br />

outra, sempre estiveram velando pela evolução terrestre. Nesse vai e vem de<br />

tribos e seres, a evolução espiritual se entrelaça e confunde com a evolução da<br />

cultura humana, e certamente não poderia ser diferente. Fato é que não há povo<br />

de caçadores-coletores que não seja guiado, em última instância, por um xamã (e<br />

toda nossa espécie surgiu desses povos).<br />

Já a religião correu por caminhos ainda mais estreitos e obscuros. O horizonte<br />

tribal já havia passado, e com a agricultura surgiu o horizonte agrícola... Quase 3<br />

mil anos antes de Cristo, na grandiosa cidade de Uruk, na Suméria, o templo de<br />

Ishtar dominava a civilização da primeira grande cidade. Ishtar, entretanto, era<br />

apenas mais um nome dado a Grande Deusa, que era adorada então por muitas<br />

outras culturas na Terra. Nada se comparava ao poder da mulher. Toda a vida<br />

provinha dela e sem seu alimento nenhuma vida sobreviveria. A Mãe era a vida. A<br />

Terra era a Mãe. Deus era Mulher. Deus era a Lua. O matriarcado e o canibalismo<br />

dominaram grande parte do período em que se cultuou a Grande Deusa, e o<br />

nascimento era o grande mistério.<br />

Porém, o homem antigo continuava evoluindo, já compreendia melhor o<br />

mecanismo do seu nascimento (físico), e acabou por compreender que sem a luz<br />

do Sol, o solo não poderia ser fértil: em realidade o Grande Deus era o Sol. Ele<br />

passou a ser adorado por diversos nomes por todas as partes, sendo Osíris o<br />

nome mais relacionado ao estudo do oculto, pois foi durante seu culto que muito<br />

do que se estuda até hoje em ocultismo surgiu no Egito antigo, através da grande<br />

mente de Hermes Trimegisto, o três vezes grande. Essa nova "iluminação"<br />

resultou em avanços sem precedentes para a civilização. Armados com o<br />

conhecimento solar dos ciclos das estações, os lavradores começaram a<br />

organizar o culto das lavouras. Cidades surgiram e com elas as economias e os<br />

exércitos dos grandes Estados-nação. O patriarcado superou o matriarcado e as<br />

deusas de inúmeras culturas se tornaram "esposas" de novas divindades<br />

masculinas. O Sol, no entanto, "morria" todas as noites e "ressuscitava" todos os<br />

dias, sua morte era o novo mistério. E assim os deuses dos grandes cultos -<br />

Orfeu, Hércules, Dionísio e até mesmo Cristo - foram assassinados e<br />

ressuscitaram. A narrativa de Perséfone nos Mistérios de Elêusis é um exemplo<br />

perfeito da evolução da simbologia da Grande Deusa para a simbologia do Grande<br />

Deus.<br />

Foi necessária a compreensão científica de que o Sol era "apenas" uma esfera<br />

incandescente em volta da qual a esfera terrestre fazia viagens anuais, de acordo<br />

com a gravitação universal, para que o grande mistério da morte fosse lentamente<br />

sendo deixado de lado. Não havia mais necessidade de temer as trevas, nem a<br />

morte. Para quem nunca compreendeu a Deus, e cultuava um "deus da<br />

barganha", que enviava os seres para o Inferno ou para o Céu, de acordo com<br />

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