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incorpóreo, mas não imaterial - é formado por matéria sutil, "fluida", que até hoje<br />

não foi detectada pela ciência. O espírito, o verdadeiro "eu profundo", seria a<br />

entidade que faria as escolhas e as "encaminharia" ao cérebro. Para tal, se valeria<br />

tanto das memórias conscientes quanto das inconscientes, e através do processo<br />

da consciência, canal de "ida e volta", analisaria as informações sensoriais<br />

recebidas (a "ida", como por exemplo: uma criança está presa em um prédio em<br />

chamas), checaria de forma quase instantânea todo o histórico de decisões<br />

tomadas no passado, elaborando uma espécie de "tendência moral" a ser aplicada<br />

para aquele input de informações em específico, e responderia o comando, a<br />

escolha tomada (a "volta", como por exemplo: "eu sei que o amor é a maior fonte<br />

de felicidade do mundo, então vale a pena arriscar a vida para salvar a criança";<br />

ou talvez: "é muito arriscado entrar no prédio em chamas, além do mais irei me<br />

aposentar em 2 anos e tenho direito a um descanso..."). Vale ressaltar, nesse<br />

exemplo, que talvez a análise de "tendência moral" seja quase instantânea porque<br />

o espírito mantém essa informação "constantemente atualizada", motivo exato<br />

pelo qual existiria aí o livre-arbítrio: a real capacidade de tomar decisões<br />

complexas e morais por influência própria, e não de algum processo quântico<br />

aleatório, ou da reação previamente determinada de certas partículas no cérebro.<br />

Obviamente as teorias espiritualistas não param por aí, e a quase totalidade delas<br />

(pelo menos as destituídas de dogmas e/ou manuais infalíveis) defende que os<br />

espíritos podem existir ainda antes do nascimento, assim como após a morte -<br />

seriam absolutamente independentes do corpo. Embora a ciência "esbarre" em<br />

tais possibilidades nos estudos das EQMs (Experiências de Quase Morte) ou em<br />

pesquisas de casos de crianças que se lembram de vidas passadas, é<br />

desnecessário dizer que a teoria da reencarnação afasta muitos cientistas,<br />

céticos, e principalmente materialistas, do estudo sério dessa possibilidade de<br />

explicação para o processo de consciência.<br />

Os filósofos gregos já compreendiam que o autoconhecimento era um caminho<br />

tão infinito quanto o conhecimento da natureza a nossa volta. De lá para cá,<br />

descobrimos coisas surpreendentes no espaço profundo: luas, planetas, cometas,<br />

estrelas, galáxias, buracos negros... Porém também descobrimos que podem<br />

existir tantos neurônios no cérebro quanto há estrelas no céu de nosso horizonte<br />

cósmico. E, assim como a física de partículas esbarra no exotismo da mecânica<br />

quântica, e na sólida possibilidade de que 96% da matéria do universo nos seja<br />

absolutamente desconhecida, e mesmo que ele possa ser governado por<br />

minúsculas cordas a vibrar em espaços "infinitamente pequenos", talvez o estudo<br />

aprofundado e científico da consciência nos venha a revelar aspectos da natureza<br />

tão surpreendentes e elegantes quanto esses... Talvez estejamos hoje em uma<br />

era em que, pela primeira vez, poderemos começar a escrever o manual de nós<br />

mesmos de forma igualmente subjetiva e objetiva. Pois estamos cada vez mais<br />

perto do observador em nós, do "eu profundo", do que quer que seja que comande<br />

absolutamente tudo o que fazemos - pois somos tudo aquilo o que pensamos,<br />

percebemos e eventualmente compreendemos.<br />

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