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mas o evento que criou tais leis foi aleatório para os ateus, visto que não o vêem<br />
como algo "orquestrado", nem com "algum propósito específico").<br />
Bem, eu pessoalmente não sou ateu, mas nada tenho contra eles (inclusive além<br />
de ter diversos amigos ateus, aprecio sua capacidade lógica, embora não<br />
concorde com sua defesa da aleatoriedade do Universo).<br />
Seguindo com meu encadeamento lógico: se existe um Criador, é porque ele é a<br />
soma de toda a sua criação, e algo a mais. Não estamos falando de um cientista<br />
que cria vida artificial manipulando organismos que já existiam, ou do poeta que<br />
escreve sobre uma Natureza que já estava aqui muito antes dele, estamos falando<br />
sobre um Criador que criou tudo - cada partícula, cada bit de informação de um<br />
RNA, cada código simples e elegante da Natureza, cada sutileza assombrosa da<br />
Gravidade e outras leis naturais. Então, esse Criador é pela lógica - Onisciente<br />
(sabe de cada canto e cada segundo do Universo, em todos os tempos, em todos<br />
os pensamentos), Onipotente (a soma de tudo o que é possível na Natureza, do<br />
buraco negro ao amor de mãe e filho) e Onipresente (uma condição óbvia da<br />
Onisciência, visto que não estamos nos atendo a um "corpo físico divino" [nem<br />
muito menos a um "velho barbudo nos céus"]).<br />
Até aqui, não temos muitas discordâncias entre as religiões: que existe um<br />
Criador. O problema, porém, se mostra muito mais complexo quando nos<br />
perguntamos "mas como será exatamente esse Criador? Qual o seu plano para o<br />
Universo? Ele intercede em suas próprias leis naturais? Ele criou o mal? Ele nos<br />
julga, ou julgará?" - Não pretendo aqui me ater a essas perguntas, prefiro focar na<br />
pergunta principal: "Poderemos um dia compreendê-Lo?".<br />
Ao contrário de muitos religiosos que já se julgam incapazes de antemão a<br />
compreender "qualquer detalhe que seja" de um Criador, ou daqueles outros que<br />
seguem fielmente um Livro Infalível e atribuem todas as contradições aos<br />
"mistérios de Deus", penso que é nosso dever, e possibilidade real, compreender<br />
todas as nuances do Criador. De fato, a união de ciência e religião, como falei<br />
anteriormente, trata exatamente disso: do conhecimento, passo a passo, do<br />
Universo, do Cosmos, e analogamente, de seu Criador. Não tenho a ingenuidade<br />
de pensar que seremos capazes tão cedo de desvendar sequer metade de Seus<br />
mistérios, mas assim como na ciência os sonhos e ficções se tornam rapidamente<br />
realidade, ao vislumbrar a longa trilha que temos pela frente eu não vejo razão<br />
para acreditar que somos incapazes de "passar de certo ponto", mesmo que esse<br />
ponto esteja ainda a milhões de anos da compreensão de nossas consciências.<br />
Ninguém chega a lugar algum sem dar os primeiros passos...<br />
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