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A trupe dos fantasmas dramáticos<br />
21.08.07<br />
Além da vida, só há estagnação, o nada. Morte não existe, a sua volta sempre foi<br />
tudo assim, uma sinfonia eterna de vida abundante. A vida não se controla, não se<br />
manipula... Muitos foram os que tentaram governar as vidas dos outros, mas<br />
esses foram tão pequenos e ignorantes que sequer olharam para si mesmos; Ou<br />
teriam percebido que ninguém governa, ou pensa, por ninguém. E são muito<br />
poucos os que o conseguem fazer por si mesmos... Melhor se aquietar e tentar<br />
compreender a própria vida, que já há de se fazer muito para desvendar e, quem<br />
sabe um dia, governar a nós mesmos.<br />
Não há que se ter medo da vida, há apenas de se agir com o tempo que nos é<br />
dado, escolher com o discernimento que podemos alcançar até aqui; E amar o<br />
resultado, sempre tão imprevisível, deliciosamente desconhecido, mas que há<br />
incontáveis eras tem só nos feito evoluir. Progredir sempre, tal é a lei.<br />
Não há que se ter dó, nem pena, nem tristeza, por tudo o que ocorre aos que<br />
estão a nossa volta. Pois que se, desde o início, tudo não houvesse propósito,<br />
tudo não fosse cuidadosamente organizado, nada haveria de ter progredido, e o<br />
futuro seria sempre mais caótico e tenebroso que o passado... Mas não, não foi<br />
assim, não é assim, então porque imaginamos que todo o infortúnio é uma<br />
tragédia? Algo para motivo de pena?<br />
A tragédia do ser, e do mundo, é a estagnação... É o pensamento contido pelo<br />
dogma, a desistência de se querer ir mais além, além da estrela mais distante,<br />
além do campo quântico mais incompreensível. Mas na vida tudo é mudança, tudo<br />
é dinâmico, sem que nada se perca realmente. Tudo se transforma,<br />
principalmente a dor!<br />
Não há que se dramatizar a existência, como se fossemos os personagens<br />
principais de uma história escrita apenas para nós, e onde ninguém mais pudesse<br />
demonstrar pesar e sofrimento, apenas os astros principais. Reconheça que você<br />
não é nem nunca foi o roteirista de sua própria saga... Deixe o drama para o teatro<br />
e as demais artes, pois que ali ele serve para destacar algo de belo, seja na luz ou<br />
na escuridão. Em nossas vidas, o drama de nada serve, a não ser para retardar o<br />
progresso que deveria estar ocorrendo nesse exato instante, mas que dá lugar a<br />
uma trupe de fantasmas dramáticos, cuidadosamente ensaiados para nos manter<br />
presos ao próprio umbigo.<br />
Sigamos a frente. Sem medo, sem dó, sem drama. Com a face plena, fitando o<br />
caminho a seguir, e com a alma transbordando de entusiasmo por tudo aquilo que<br />
nos falta aprender...<br />
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