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Sobre ciência e religião<br />

08.01.09 (da série Porque simpatizo com o espiritismo)<br />

Esse é um depoimento de crença pessoal. Por mais que minha crença seja<br />

baseada em evidências e experiências de vida, essas são todas puramente<br />

subjetivas. Não tenho intenção de provar nada que afirmo a seguir, e tampouco<br />

tenho certeza absoluta de nada disso, nem acredito que tenha encontrado a<br />

verdade "final" acerca de tais assuntos. Estejam avisados.<br />

Eu costumo dizer que minha religião é meu pensamento. Não quero, com isso, me<br />

esquivar de críticas ao que acredito. De fato, eu tenho constantemente buscado<br />

uma visão equilibrada (ao mesmo tempo cética e espiritualista) acerca da religião.<br />

Religião é meramente "re-ligação a Deus ou ao Cosmos", efetivamente o<br />

significado da palavra (do latim "religare") nunca teve quase nada a ver com muito<br />

do que é atribuído a ela: xamãs, rituais, igrejas, templos, padres, pastores,<br />

médiuns, gurus espirituais, etc... Nesse sentido, tanto um monge budista que<br />

procura desvendar os mistérios da meditação transcendental quanto o<br />

neurologista que estuda estados enigmáticos da consciência estão,<br />

essencialmente, atrás dos mesmos mistérios da Natureza, independente dos<br />

motivos que levaram cada um a sua busca, independente de este estar correto e<br />

aquele equivocado: no fim, é tudo questão de opinião.<br />

No entanto, certamente não podemos ignorar que o método científico tem se<br />

mostrado bastante efetivo para nos descrever a realidade da Natureza. Como<br />

disse Einstein, "toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e<br />

infantil - e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos." - Eu não entendo a<br />

ciência (que significa "conhecimento") como algo dissociado da religião. De fato,<br />

se unirmos os dois significados originais, teremos algo como "O Conhecimento do<br />

Cosmos" ou, para dar mais ênfase à idéia: "O Conhecimento de Deus". Acredito<br />

que, como dizia Sto. Agostinho, precisamos "crer para compreender, e<br />

compreender para crer". Por muito tempo, ciência e religião andaram de mãos<br />

dadas, eram simplesmente a Sabedoria (e Filosofia, diga-se de passagem,<br />

significa "amor ao saber"). Depois das incursões em métodos experimentais na<br />

ilha de Samos, na Grécia antiga, é que se começou a separá-las: alguns sábios<br />

afirmavam que a experimentação na Natureza era o caminho essencial para se<br />

conhecer o funcionamento da mesma, enquanto outros (não menos sábios)<br />

afirmavam que qualquer experimentação poderia ser realizada tão somente no<br />

campo das idéias, ou seja, do pensamento puro... Tratava-se tão somente de duas<br />

lentes para se ver a Natureza, era preciso de ambas para se chegar a algum<br />

lugar, e ainda é preciso.<br />

Portanto, ao invés de ficarmos nos degladiando (ciência vs. religião), era<br />

interessante, a meu ver, que ouvíssemos novamente a Einstein: "A ciência sem a<br />

religião é paralítica - A religião sem a ciência é cega..."<br />

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