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Pela dor ou pelo amor<br />
28.07.09 (da série Reflexões sobre a reencarnação)<br />
Eu dizia que a reencarnação não opera a esmo, e de fato a compreensão da Lei<br />
de Causa e Efeito é a essência da compreensão da reencarnação. Primeiramente,<br />
é preciso diferenciar a Lei de Causa e Efeito do conceito de Karma: enquanto que<br />
normalmente o conceito de Karma sugere uma dívida a ser resgatada, a Lei de<br />
Causa e Efeito nos apresenta a idéia de que o futuro depende das ações e<br />
decisões do presente. Uma causa positiva gera um efeito positivo, enquanto que<br />
uma causa negativa gera um efeito igualmente negativo. Ou seja, a compreensão<br />
do Karma vem muitas vezes associada a conceitos como "punição divina" ou<br />
"destino", como se só houvesse uma forma de purificar nosso espírito: pelo<br />
sofrimento e pela quitação de dívidas morais pregressas. Já a Lei de Causa e<br />
Efeito é mais abrangente e, principalmente, mais fluida: somos nós, e somente<br />
nós, os construtores de nosso próprio destino. Nada está escrito em pedra,<br />
nenhum evento infortuno é absolutamente inevitável, pois pela mesma via com<br />
que contraímos débitos para com a harmonia de nossa própria consciência,<br />
poderemos saldar com créditos. Evolui-se pela dor, isso é certo; Mas também<br />
evolui-se pelo amor, e isso depende de nossa vontade.<br />
Acredito que seja mais simples ilustrar tal conceito com uma alegoria. Não cabe a<br />
nós julgar o por que do sofrimento alheio, disso só mesmo sabe o próprio ser que<br />
sofre, e o Deus onisciente, mas como se trata de uma alegoria, queiram<br />
desculpar-me.<br />
Imaginemos um padre inquisidor na época medieval que, por sua crença cega,<br />
tenha enviado inúmeras pessoas inocentes para a morte na fogueira, por<br />
acusações de "bruxaria"... Certamente este espírito que acreditava ser<br />
"extremamente religioso" há de ter tido uma inesquecível desilusão quando<br />
compreendeu o resultado de seus atos com a consciência plena, seja ainda antes<br />
de desencarnar, seja após a morte. Ignoremos o tempo que tal espírito tenha<br />
passado em confusão mental ante a própria nebulosidade de sua consciência;<br />
Passemos os séculos adiante e imaginemos que tal espírito, após muito vagar a<br />
esmo pela escuridão de sua alma, tenha refletido e compreendido a extensão<br />
macabra de seus atos pregressos, e neste momento esteja por decidir<br />
(certamente com o auxílio de espíritos superiores em moral) quais eventos deseja<br />
vivenciar em sua próxima encarnação, com o objetivo de se depurar, de purificar<br />
as chagas de sua alma o mais breve possível...<br />
Eis que os espíritos superiores lhe oferecem duas opções (lembremos que isto é<br />
tão somente uma alegoria): morrer em um incêndio, da mesma forma que matou<br />
tantos inocentes nos séculos passados, ou ser um médico da Cruz Vermelha,<br />
passando a vida a atender queimados em guerras e nas regiões mais inóspitas e<br />
pobres do planeta, sem no entanto padecer de uma queimadura sequer durante<br />
toda uma vida... O que você escolheria? Morrer queimado, porém sem muito<br />
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