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Dossiê Jorge Amado - Academia Brasileira de Letras

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<strong>Jorge</strong> <strong>Amado</strong>, centenário<br />

inesquecíveis dramatis persona: Gabriela, Nacif, Mundinho, Dona Flor, Vadinho, Dr.<br />

Teodoro, Tonico Bastos, Coronel Ramiro, Balduíno, Pedro Bala, Vasco Moscoso,<br />

Ta<strong>de</strong>u Canhoto, Pedro Arcanjo, Teresa Batista, Tieta, Perpétua e o Prefeito Félix.<br />

Sua obra é enorme e ciclópica: as biografias <strong>de</strong> Castro Alves e <strong>de</strong> Prestes; os<br />

romances Suor, Jubiabá, Terras do sem-fim, São <strong>Jorge</strong> dos Ilhéus, Seara vermelha, Os subterrâneos<br />

da liberda<strong>de</strong>, Grabriela, cravo e canela, A morte e a morte <strong>de</strong> Quincas Berra d´Água,<br />

Os velhos marinheiros ou o Capitão <strong>de</strong> longo curso, Os pastores da noite, Dona Flor e seus dois<br />

maridos, Tenda dos milagres, Teresa Batista cansada <strong>de</strong> guerra, Tieta do Agreste, Farda, fardão,<br />

camisola <strong>de</strong> dormir, Tocaia gran<strong>de</strong>, O sumiço da santa, além das memórias <strong>de</strong> O menino<br />

grapiúna e <strong>de</strong> Navegação <strong>de</strong> cabotagem.<br />

Alguns <strong>de</strong>les, transformados em novelas <strong>de</strong> televisão, tiveram suas vendagens<br />

<strong>de</strong> best-sellers multiplicadas várias vezes pelos gigantescos índices <strong>de</strong> audiência<br />

telespectadora.<br />

De certa forma, <strong>Jorge</strong> mostrava-se até conformado com a indébita apropriação<br />

dos títulos <strong>de</strong> seus livros e dos nomes <strong>de</strong> seus personagens, <strong>de</strong>parando<br />

frequentemente com bares “Vadinho” e “Quincas Berro d´Água”, com<br />

restaurantes “Tocaia Gran<strong>de</strong>”, “Gabriela” e “Velhos marinheiros”, salão <strong>de</strong><br />

beleza “Tieta”, pousada “Jubiabá”, cigarros “Nacib”, hotel “Tonico Bastos”<br />

e até uma ala do PDC italiano com o nome <strong>de</strong> “Teresa Batista”.<br />

No fundo, no fundo, ele foi uma espécie <strong>de</strong> Balzac ou <strong>de</strong> Dickens ao nosso<br />

feitio, o artista da <strong>de</strong>núncia social por excelência, contra os privilégios, o<br />

patronato, as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e as injustiças sociais, a favor dos excluídos, dos<br />

perseguidos, dos injustiçados, das crianças abandonadas e dos negros escorraçados<br />

– todos eles atores <strong>de</strong> um <strong>de</strong>moníaco cenário brasileiro.<br />

Ȅ<br />

A face do povo brasileiro<br />

Desenhou, então, em cores pungentes, a verda<strong>de</strong>ira face do nosso povo,<br />

com todos os seus estigmas e mazelas: o submundo da prostituição, a violência<br />

dos oligarcas e dos “coronéis” rurais, os crimes dos jagunços impunes, a<br />

exploração do trabalho infantil, a promiscuida<strong>de</strong> das favelas, o universo esotérico<br />

dos candomblés, o fetichismo dos pais e mães <strong>de</strong> santo, as greis feudais<br />

e a mestiçagem dos cruzamentos étnicos.<br />

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