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Dossiê Jorge Amado - Academia Brasileira de Letras

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<strong>Jorge</strong> <strong>Amado</strong>, centenário<br />

“Casa <strong>de</strong> <strong>Jorge</strong> <strong>Amado</strong>. Neste Largo do Pelourinho, coração da Bahia,<br />

do Brasil e da sua obra, fiel à nossa gente e ao nosso amor, aqui fica esta<br />

Tenda dos Milagres, para o zelo da criação literária e o estudo da ficção.<br />

Seja bem-vindo.<br />

Se for <strong>de</strong> paz, po<strong>de</strong> entrar.”<br />

<strong>Jorge</strong> <strong>Amado</strong> morreu a 6 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2001, quatro dias antes <strong>de</strong> completar<br />

89 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Para satisfazer-lhe a última vonta<strong>de</strong>, seus restos mortais<br />

foram cremados e as cinzas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma urna, sepultadas no jardim <strong>de</strong> sua<br />

casa no Rio Vermelho.<br />

Num banco, ali existente, <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> uma frondosa mangueira, ele passava<br />

as tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mãos dadas com Zélia, sua companheira, sua sucessora e também<br />

uma escritora <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> êxito, com vários livros <strong>de</strong> sucesso: Anarquistas, graças a<br />

Deus, Cittá di Roma, Um chapéu para viagem, Crônica <strong>de</strong> uma namorada, Jardim <strong>de</strong> inverno,<br />

Senhora dona do baile, A Casa do Rio Vermelho, <strong>Jorge</strong> <strong>Amado</strong>, Um baiano romântico e sensual<br />

e Código <strong>de</strong> família.<br />

Ȅ<br />

Fiel ao socialismo<br />

<strong>Jorge</strong> pagaria o preço da fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> aos seus i<strong>de</strong>ais socialistas, que ele manteve,<br />

intactos e sempre – em meio a muitas divergências e incompreensões –<br />

com uma dignida<strong>de</strong> e uma sincerida<strong>de</strong> simplesmente irrepreensíveis.<br />

Em meio a uma enorme comoção nacional e internacional, durante o seu<br />

velório e o seu enterro, os baianos choraram convulsivamente e, nas ruas <strong>de</strong><br />

Salvador, jogaram flores sobre o seu caixão.<br />

Essas lágrimas e essas flores traduziam a gratidão <strong>de</strong> todos os brasileiros<br />

pelo exemplo raro que ele nos legou, como lição <strong>de</strong> um escritor correto e profissional,<br />

que viveu, única e exclusivamente, dos direitos autorais, graças ao seu<br />

talento criativo, às suas tramas engenhosas, às ficções da sua imaginação fértil<br />

e ao extraordinário po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um romancista inovador, corajoso e brilhante.<br />

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