Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...
Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...
Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
FIGURA 126<br />
O DR. aLBERTO DE MEnDOnÇa EM DUaS FOTOGRaFiaS EM ÉPOcaS DiFEREnTES Da SUa ViDa<br />
O curioso é o facto <strong>do</strong> artigo ser ilustra<strong>do</strong> por 9 fotografias,<br />
e de no final ter um lamento sobre as condições de<br />
trabalho na época, escreve o autor:<br />
“Para <strong>do</strong>cumentar o caso que aqui troux<strong>em</strong>os, tiv<strong>em</strong>os de<br />
recorrer: ao Dr. Manoel de Vasconcelos para as fotografias<br />
<strong>do</strong> opera<strong>do</strong>, antes e depois da intervenção; ao <strong>Prof</strong>. Celestino<br />
da Costa para a micro-fotografia <strong>do</strong> tumor; ao faleci<strong>do</strong><br />
Dr. Décio Ferreira para fornecer o rádio; ao Dr. Arruda Furta<strong>do</strong><br />
para aplicá-lo e ao <strong>Prof</strong>. Azeve<strong>do</strong> Neves para conseguirmos<br />
a fotografia <strong>do</strong> tumor. Ainda tiv<strong>em</strong>os de recorrer,<br />
por mais duma vez, à boa vontade e paciência <strong>do</strong> nosso primeiro<br />
secretário o Sr. <strong>Prof</strong>. Henrique Parreira, para a preparação<br />
e conservação da peça.<br />
Em conclusão: tiv<strong>em</strong>os de obter por exclusivo e especialíssimo<br />
favor destes distintos colegas, a qu<strong>em</strong> muito agradec<strong>em</strong>os,<br />
o que o primeiro Estabelecimento <strong>Hospital</strong>ar <strong>do</strong> País<br />
não podia n<strong>em</strong> devia deixar de fornecer.<br />
Um ano inteiro nos levou a adquirir o pouco que aqui troux<strong>em</strong>os.<br />
É indispensável que tal esta<strong>do</strong> de cousas se modifique.<br />
Estamos seguros que dentro <strong>em</strong> breve, o esta<strong>do</strong> lamentável<br />
de aban<strong>do</strong>no, material e scientifico, <strong>em</strong> que se encontra o<br />
<strong>Hospital</strong> de S. José desaparecerá para dar lugar a uma nova<br />
era de seriedade e de trabalho.”<br />
Assim terminava este artigo com os agradecimentos e os<br />
lamentos que então, como hoje, passa<strong>do</strong>s quase 90 anos,<br />
continuamos a fazer muitas vezes.<br />
Desde 1919 Alberto de Men<strong>do</strong>nça teve como 1º Assistente<br />
MANUEL PINTO, que saiu <strong>em</strong> 1927 com o posto de<br />
A OTORRINOLARINGOLOGIA EM PORTUGAL 127<br />
Capitão, para se instalar <strong>em</strong> Águeda e mais tarde <strong>em</strong><br />
Coimbra. Em 1927, entrou como 2º Assistente JOÃO GON-<br />
ÇALVES VALENTE que, quan<strong>do</strong> sai Alberto de Men<strong>do</strong>nça<br />
<strong>em</strong> 1935, ascende a Director. O Director seguinte foi AMÉ-<br />
RICO PINTO DA ROCHA, Major - Médico, o qual introduziu<br />
o primeiro audiómetro <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.<br />
Em 1932 entrou para o <strong>Hospital</strong> Militar o Dr. ANTÓNIO DIAS<br />
BARATA SALGUEIRO, <strong>em</strong> acumulação com o Internato <strong>do</strong>s<br />
Hospitais Civis. É nomea<strong>do</strong> 1º Assistente, após concurso de<br />
provas públicas, <strong>em</strong> 1935. Licenciou-se <strong>em</strong> Coimbra, fez o<br />
Internato geral e compl<strong>em</strong>entar nos Hospitais Civis e ingressou<br />
no Exército, esteve no <strong>Hospital</strong> de Faro e no regimento,<br />
no Algarve, durante 2 anos como Cirurgião.<br />
O Dr. BARATA SALGUEIRO, que sucedeu ao Dr. PINTO DA<br />
ROCHA como Director <strong>do</strong> Serviço, preservou o grande<br />
prestígio <strong>do</strong> <strong>Hospital</strong> Militar, pois equipou o Serviço, r<strong>em</strong>odelou<br />
as instalações e equipamentos, criou um gabinete<br />
de Audiologia e preparou numerosos especialistas<br />
militares e civis, tais como: AFONSO NEVES DE PAIVA, ANÍ-<br />
BAL ARISTIDES LOPES PEREIRA CASEIRO, FERNANDO DEY-<br />
RIEUX CENTENO e FRANCISCO DA SILVA ALVES.<br />
MANUEL PINTO, que tinha trabalha<strong>do</strong> e aprendi<strong>do</strong> com<br />
Alberto de Men<strong>do</strong>nça, sen<strong>do</strong> militar <strong>do</strong> exército, passou<br />
à reserva. Ten<strong>do</strong>-se forma<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1911 na Escola Médico-<br />
Cirúrgica <strong>do</strong> Porto, frequentou os serviços <strong>do</strong> <strong>Hospital</strong><br />
Laennec <strong>em</strong> Paris (<strong>Prof</strong>. Lombard) e <strong>do</strong> <strong>Hospital</strong> da Faculdade<br />
de Paris <strong>do</strong> <strong>Prof</strong>. Castex. Fez a 1ª comunicação<br />
da Sociedade de Ciências Médicas da Secção <strong>ORL</strong> “Vias<br />
de acesso nas intervenções <strong>do</strong> saco” e, especializou-se<br />
também <strong>em</strong> Radiologia.