Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...
Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...
Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
FIGURA 39<br />
GRaVURa nº 16 DO LiVRO DE anaTOMia DE SanTUcci<br />
No segun<strong>do</strong> ano, os estu<strong>do</strong>s compreendiam Anatomia,<br />
Medicina Operatória e Obstetrícia. O estu<strong>do</strong> da Anatomia<br />
devia ser feito com o auxílio de estampas e por meio de<br />
dissecções praticadas <strong>em</strong> cadáveres humanos. Foi para<br />
esse fim cria<strong>do</strong> o Teatro Anatómico para que foss<strong>em</strong> leva<strong>do</strong>s<br />
os cadáveres não reclama<strong>do</strong>s.<br />
No terceiro ano havia a frequência <strong>Hospital</strong>ar e estudava-se a<br />
Cadeira chamada de Instituições, onde se ensinava um conjunto<br />
de conhecimentos relaciona<strong>do</strong>s com a Fisiologia, Higiene,<br />
S<strong>em</strong>iótica e Terapêutica Médica.<br />
No quarto ano continuava a prática de Clínica <strong>Hospital</strong>ar<br />
e estudavam-se os Aforismos de Hipócrates e os de Boerhaave<br />
- ou seja a Patologia Médica.<br />
No quinto ano era um ano de prática <strong>Hospital</strong>ar, tanto de<br />
Medicina como de Cirurgia e designava-se por 2ª Cadeira<br />
Prática.<br />
Para este efeito, Marquês de Pombal extinguiu o <strong>Hospital</strong><br />
de Nossa Senhora da Conceição <strong>em</strong> Coimbra e criou o<br />
<strong>Hospital</strong> da Universidade, com capacidade para oitenta<br />
<strong>do</strong>entes que foi entregue à Faculdade de Medicina.<br />
Com a Reforma de 1772, as aulas passaram a ter a duração<br />
de uma hora e meia e eram obrigatórias. Desapareceram<br />
as discussões escolásticas, e aos Sába<strong>do</strong>s havia revisões<br />
A OTORRINOLARINGOLOGIA EM PORTUGAL 59<br />
da matéria dada durante a s<strong>em</strong>ana; e por ser nesse dia da<br />
s<strong>em</strong>ana, se chamavam Sabatinas.<br />
Os estudantes faziam exames no fim de cada ano e s<strong>em</strong><br />
ter obti<strong>do</strong> aprovação não passavam para o ano seguinte.<br />
Após o quarto ano podia-se obter o Grau de Bacharel, mas<br />
estes só podiam exercer a clínica depois de ter realiza<strong>do</strong><br />
com êxito, o exame <strong>do</strong> quinto ano que era sobre assuntos<br />
práticos, feito à cabeceira <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente. Os alunos estudavam<br />
os <strong>do</strong>entes durante vinte dias e depois elaboravam<br />
um relatório sobre o diagnóstico, enfermidades, suas causas,<br />
terapêutica a seguir, que depois era discuti<strong>do</strong> com os<br />
<strong>Prof</strong>essores.<br />
Esta Reforma realizou um notável progresso no Ensino<br />
Médico Português e os Médicos passaram a ser considera<strong>do</strong>s<br />
pessoas cultas e com outro estatuto na Sociedade.<br />
Para ensinar nas Universidades, após a reforma de 1772,<br />
foram chama<strong>do</strong>s alguns jovens com talento. Jubila<strong>do</strong>s os<br />
antigos Lentes, entre estes jovens t<strong>em</strong>os, JOSÉ FRAN-<br />
CISCO LEAL, FRANCISCO TAVARES, Lente de Matéria Médica,<br />
que chegou a Médico da Rainha D. Maria I,<br />
Físico-Mor <strong>do</strong> Reino, é considera<strong>do</strong> o Funda<strong>do</strong>r da Hidrologia<br />
Científica Portuguesa; JOSÉ CORREIA PICANÇO que<br />
estu<strong>do</strong>u <strong>em</strong> França, acompanhou a Família Real para o<br />
Brasil, onde promoveu o ensino Médico; CAETANO PINTO