Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...
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76<br />
A MEDICINA NO SÉCULO XIX<br />
Em 1864, António Maria Barbosa publica um trabalho na<br />
Gazeta Médica de Lisboa, intitula<strong>do</strong> “DE LA TRACHIOTO-<br />
MIE DANS LE CROUP.” Além da notícia dessa publicação,<br />
v<strong>em</strong> um artigo <strong>do</strong> próprio A. M. Barbosa, onde refere que<br />
até 1 de Junho de 1863, tinha feito 15 vezes, a traqueotomia<br />
<strong>em</strong> casos de Crup e havia consegui<strong>do</strong> seis curas.<br />
Refere o autor: “Contam-se pois, <strong>em</strong> Lisboa e proximidades<br />
41 operações de traqueotomia praticadas no Crup, com 13<br />
seguidas de cura, o que dá uma taxa de 31,7: 100.”<br />
Em 1875, o DR. MAY FIGUEIRA apresentou um caso de<br />
“EXTRACÇÃO DE UM PÓLIPO DA CORDA VOCAL ES-<br />
QUERDA” (fez a extracção por laringoscopia indirecta,<br />
com uma pinça da sua autoria que ficou conhecida por<br />
PINÇA DE MAY FIGUEIRA), na sessão de 13 de Fevereiro de<br />
1875 da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, presidida<br />
por ARANTES PEDROSO e secretariada por J. C. Câmara<br />
de Cabral e Lúcio Silva, e na qual estavam presentes<br />
Gaspar Gomes, Ama<strong>do</strong>, Alberto Oliveira, Cunha Viana, Mace<strong>do</strong>,<br />
Bernardino Gomes, May Figueira Campos, Ribeiro<br />
Guedes, Boaventura Martins, Gregório Fernandes, Bento<br />
de Sousa, Alves Branco Barbosa, Abílio Mascarenhas.<br />
Na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa <strong>em</strong> 1885, já eram<br />
trata<strong>do</strong>s t<strong>em</strong>as como:<br />
Infecções da boca e órgãos anexos, <strong>do</strong> nariz e fossas nasais<br />
e <strong>do</strong>s órgãos da audição, na cadeira de PATOLOGIA EX-<br />
TERNA cujo Lente era JOSÉ ANTÓNIO ARANTES PEDROSO.<br />
O programa <strong>do</strong> “CURSO DE MEDICINA OPERATÓRIA” regi<strong>do</strong><br />
por ANTÓNIO MARIA BARBOSA tinha t<strong>em</strong>as como:<br />
• Cateterismo da Trompa de Eustáquio;<br />
• Broncoscopia;<br />
• Traqueotomia;<br />
• Operações que se praticam no esófago.<br />
No programa da cadeira de “PATOLOGIA MEDICA” <strong>do</strong> <strong>Prof</strong>.<br />
CUNHA VIANA encontro referências à:<br />
• Laringite aguda, crónica, estridulosa, ed<strong>em</strong>atosa e pseu<strong>do</strong>m<strong>em</strong>branosa.<br />
Nos “APONTAMENTOS DE PATOLOGIA CIRÚRGICA” de A.X.<br />
LOPES VIEIRA (publica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Coimbra <strong>em</strong> 1889 - 1890),<br />
constam os seguintes t<strong>em</strong>as:<br />
• Concreções ceruminosas <strong>do</strong>s ouvi<strong>do</strong>s;<br />
• Corpos estranhos no ouvi<strong>do</strong>;<br />
• Otite externa;<br />
• Inflamações <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong> médio;<br />
• Otite interna;<br />
• Fracturas <strong>do</strong> nariz;<br />
• Abcesso <strong>do</strong> seio maxilar;<br />
• Fracturas <strong>do</strong> maxilar inferior;<br />
• Luxações <strong>do</strong> queixo;<br />
• Hipertrofia das amígdalas;<br />
• Fleimão das amígdalas;<br />
• Rânula.<br />
PRIMÓRDIOS DA<br />
ANESTESIA GERAL<br />
EM PORTUGAL<br />
Apesar de não caber no âmbito deste trabalho uma descrição<br />
exaustiva da introdução das técnicas da Anestesia<br />
geral <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, não quero deixar de referir alguns factos<br />
que considero importantes.<br />
Em 1818, o físico inglês MICHAEL FARADAY descreve o<br />
efeito inebriante <strong>do</strong> éter. Em 1831, SOUBERAIN <strong>em</strong> França<br />
e LIEBIG na Al<strong>em</strong>anha, descobr<strong>em</strong> de forma independente<br />
o clorofórmio.<br />
Em 10 de Nov<strong>em</strong>bro de 1847, Sir JAMES SIMPSON relatou<br />
à Sociedade Médico-Cirúrgica de Edimburgo, as suas experiências<br />
pessoais da anestesia pelo clorofórmio.<br />
O clorofórmio foi utiliza<strong>do</strong> pela primeira vez <strong>em</strong> Cirurgia<br />
pelo Dr. W. LAURENCE, <strong>em</strong> 1847 no <strong>Hospital</strong> de St. Bartholomeu<br />
numa amputação de um seio feito pelo seu assistente<br />
Dr. COOTE.<br />
O éter, descoberto no Século XIII por um Monge, RAI-<br />
MUNDO LULLE, só começou a ser <strong>em</strong>pregue na Cirurgia<br />
no Século XIX.<br />
FIGURA 60<br />
QUaDRO cOM OS PRiMEiROS caSOS DO EMPREGO DO ÉTER E DO<br />
cLOROFÓRMiO EM LiSBOa EnTRE aBRiL DE 1847 E MaRÇO DE 1848<br />
POR jOaQUiM ThEOTÓniO Da SiLVa