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Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...

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O ENSINO EM COIMBRA<br />

Só <strong>em</strong> 1939 começou a funcionar, e <strong>em</strong> péssimas condições,<br />

uma consulta de <strong>ORL</strong> no <strong>Hospital</strong> da Universidade.<br />

Mais <strong>do</strong> que precariamente instalada num vão de escada,<br />

dela foi encarrega<strong>do</strong> o Dr. GUILHERME PENHA. (Falarei<br />

mais à frente da introdução da técnica da fenestração <strong>em</strong><br />

<strong>Portugal</strong> por este Especialista). O internamento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes<br />

fazia-se <strong>em</strong> camas, a muito custo, cedidas pelos Serviços<br />

de Cirurgia Geral, e a utilização <strong>do</strong> bloco operatório<br />

era avaramente consentida. Um único Médico, que era o<br />

Dr. Guilherme Penha, tinha que fazer tu<strong>do</strong>. Foi nestas condições<br />

que teve início o ensino da <strong>ORL</strong> na Faculdade de<br />

Medicina de Coimbra.<br />

Em 1950, a consulta passou a ter instalações mais adequadas,<br />

possibilitan<strong>do</strong> que nela trabalhass<strong>em</strong> 2 Médicos<br />

ao mesmo t<strong>em</strong>po. Além disso, à Especialidade foram atribuídas<br />

10 camas para homens e 8 para mulheres.<br />

Em 1960 deu-se nova mudança de local, mas persistiram<br />

as más condições de trabalho. Em 1962 prestou provas de<br />

<strong>do</strong>utoramento <strong>em</strong> <strong>ORL</strong>, sen<strong>do</strong> aprova<strong>do</strong>, o Doutor CAR-<br />

LOS ALBERTO DOS SANTOS MIGUÉIS, que <strong>em</strong> 1967 foi solicita<strong>do</strong><br />

para exercer funções <strong>do</strong>centes.<br />

Começou a exercê-las nesse mesmo ano de 1967, sen<strong>do</strong>-lhe<br />

então entregue, juntamente com a regência <strong>do</strong> curso, a<br />

Direcção <strong>do</strong> Serviço, que só a partir daquele ano passou<br />

a ter autonomia, visto que até aí estava adstrito ao Serviço<br />

de Patologia Cirúrgica.<br />

Desde 1980, o <strong>Prof</strong>essor Carlos Miguéis, ficou com categoria<br />

de <strong>Prof</strong>essor Associa<strong>do</strong>.<br />

Sob a sua chefia, o Serviço <strong>ORL</strong> <strong>do</strong> <strong>Hospital</strong> da Universidade<br />

de Coimbra, adquiriu finalmente verdadeira dimensão<br />

<strong>em</strong> meios técnicos e assistenciais, e atingiu mereci<strong>do</strong><br />

prestígio nacional e reconhecida projecção internacional,<br />

através de b<strong>em</strong> sucedidas reuniões <strong>em</strong> que se têm debati<strong>do</strong><br />

t<strong>em</strong>as de importância capital para a evolução da <strong>ORL</strong>.<br />

O <strong>Prof</strong>. Carlos Miguéis jubilou-se <strong>em</strong> 1995, e nesse mesmo<br />

ano, toma posse como Director <strong>do</strong> Serviço e <strong>Prof</strong>essor da<br />

Faculdade, o <strong>Prof</strong>. ANTÓNIO PAIVA.<br />

Também t<strong>em</strong> havi<strong>do</strong> ensino oficial de <strong>ORL</strong> no Centro <strong>Hospital</strong>ar<br />

de Coimbra, mais precisamente no Serviço de <strong>ORL</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Hospital</strong> <strong>do</strong>s Covões, dirigi<strong>do</strong> pelo Dr. José Dias nos<br />

anos de 1974 a 1978 e pelo Dr. Manuel Filipe Rodrigues a<br />

partir de 1979.<br />

A OTORRINOLARINGOLOGIA EM PORTUGAL 147<br />

A ESCOLA<br />

MÉDICO-CIRÚRGICA<br />

DO FUNCHAL<br />

O Regimento <strong>do</strong> <strong>Hospital</strong> de Santa Isabel no Funchal,<br />

aprova<strong>do</strong> pela Mesa Gerente da Santa Casa da Misericórdia<br />

a 10 de Agosto de 1816 e confirma<strong>do</strong> por provisão<br />

régia de 19 de Outubro de 1819, criou adjunta ao mesmo<br />

<strong>Hospital</strong>, uma aula médico-cirúrgica, com o fim “de evitar<br />

o estrago da humanidade nesta Colónia, pela ignorância<br />

<strong>do</strong>s Barbeiros, que s<strong>em</strong> os conhecimentos próprios andam<br />

nos campos curan<strong>do</strong> gente, levan<strong>do</strong> á sepultura os que<br />

ainda viveriam se foss<strong>em</strong> trata<strong>do</strong>s por hábeis professores,<br />

ou menos ignorantes <strong>do</strong> que s<strong>em</strong>elhantes curandeiros”.<br />

Em 1824, o governa<strong>do</strong>r e Capitão-General informava o<br />

governo da metrópole da necessidade urgente da criação<br />

duma Aula de Cirurgia Opera<strong>do</strong>ra, ponderan<strong>do</strong> que no<br />

Porto Santo e nos campos da Madeira não havia nenhum<br />

cirurgião opera<strong>do</strong>r, e que “apenas se encontrava algum<br />

miserável sangra<strong>do</strong>r, de cuja competência têm si<strong>do</strong> vítimas<br />

muitos <strong>do</strong>s que o chamaram para o trato e curativo de suas<br />

moléstias”. O mesmo governa<strong>do</strong>r, no ano seguinte,<br />

voltava a insistir neste assunto, s<strong>em</strong> que <strong>do</strong>s seus esforços<br />

e diligências houvesse tira<strong>do</strong> o menor resulta<strong>do</strong> prático.<br />

O Médico, Dr. JOÃO FRANCISCO DE OLIVEIRA, quan<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

1825 foi Prove<strong>do</strong>r da Santa Casa da Misericórdia desta<br />

cidade, criou, no hospital que lhe está anexo, uma aula de<br />

cirurgia que ele próprio regeu gratuitamente durante<br />

algum t<strong>em</strong>po e de cuja regência encarregou depois o<br />

Cirurgião daquele estabelecimento hospitalar, o Dr.<br />

JOAQUIM DE OLIVEIRA SIMÕES. Foi por esse t<strong>em</strong>po que,<br />

o Dr. João Francisco de Oliveira apresentou ao governo<br />

um projecto da criação duma Escola Médica, indican<strong>do</strong><br />

as bases <strong>do</strong> seu funcionamento, méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> ensino etc.,<br />

que apesar de merecer a apreciação superior, não teve deferimento<br />

favorável.<br />

O decreto de 29 de Dez<strong>em</strong>bro de 1836 criou <strong>em</strong> cada uma<br />

das capitais <strong>do</strong>s distritos ultramarinos uma Escola<br />

Médico-Cirúrgica, <strong>em</strong> que haveria duas cadeiras, ensinan<strong>do</strong>-se<br />

na primeira Anatomia, Fisiologia, Operações<br />

Cirúrgicas e Arte Obstetrícia e na segunda Patologia,<br />

Matéria Médica e Terapêutica, e que seriam respectivamente<br />

regidas pelo Médico e Cirurgião principais <strong>do</strong> <strong>Hospital</strong><br />

a que a mesma Escola estivesse anexa. A primeira<br />

cadeira teria um ajudante d<strong>em</strong>onstra<strong>do</strong>r, que seria o<br />

prepara<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s trabalhos anatómicos, e na botica <strong>do</strong> hospital<br />

ministraria lições de Farmácia, o Farmacêutico <strong>do</strong><br />

mesmo estabelecimento. A portaria de 16 de Janeiro de<br />

1837, dirigida ao Administra<strong>do</strong>r Geral deste distrito, mandava<br />

dar plena execução na Madeira às disposições<br />

daquele decreto. Estava criada a Escola Médico-Cirúrgica<br />

<strong>do</strong> Funchal.

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