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Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...

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conhecimentos necessários para nos dar<strong>em</strong> pormenores<br />

anatómicos <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong> interno. No capítulo 50 fala da surdez,<br />

classifican<strong>do</strong>-a da seguinte forma: Causae, Signo Prognosticatio,<br />

Cura, Diaeta, Clarificatio. Valesco, limita-se a<br />

compilar os clássicos sobre a surdez, no entanto, sabia que<br />

as descargas purulentas poderiam pôr <strong>em</strong> perigo a vida <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>entes e recomendava a abertura cirúrgica da mastóide.<br />

No capítulo 51, intitula<strong>do</strong> “Tinnitus Aurium”, Valesco descreve<br />

alguns casos da sua experiência pessoal, <strong>em</strong> que os ruí<strong>do</strong>s<br />

subjectivos resultavam de traumatismos na cabeça. No<br />

capítulo 52, intitula<strong>do</strong> “Dolores Auris” fala das <strong>do</strong>res nos ouvi<strong>do</strong>s<br />

consideran<strong>do</strong>-as como uma <strong>do</strong>ença independente e<br />

não um mero sintoma. Toda a informação contida neste capítulo<br />

já tinha si<strong>do</strong> veiculada por outros autores. No capítulo<br />

53 fala de úlceras e no 54 e 55 de fluxos sanguíneos <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong>”.<br />

Assim se referiu Politzer, <strong>em</strong> 1907, sobre a obra de<br />

Valesco de Taranta.<br />

A FUNDAÇÃO<br />

DOS GRANDES HOSPITAIS<br />

No final <strong>do</strong> século XV começam a fundar-se hospitais de<br />

amplitude suficiente para substituir as velhas casas de socorro<br />

a <strong>do</strong>entes, umas intituladas de Hospitais e outras de<br />

Albergarias.<br />

Dentro da cidade de Lisboa e nos arre<strong>do</strong>res havia muitas<br />

Albergarias s<strong>em</strong> condições para as funções que des<strong>em</strong>penhavam<br />

nos cuida<strong>do</strong>s aos <strong>do</strong>entes. Além das Albergarias,<br />

os cuida<strong>do</strong>s aos <strong>do</strong>entes eram presta<strong>do</strong>s por Gafarias<br />

(eram destinadas a recolher os gafos, que eram indivíduos<br />

FIGURA 7<br />

O hOSPiTaL REaL DE TODOS OS SanTOS nUMa GRaVURa DE ZUZaRTE<br />

A OTORRINOLARINGOLOGIA EM PORTUGAL 27<br />

que padeciam de lepra) e Hospícios, que eram constituí<strong>do</strong>s<br />

por uma ou duas salas, muitas vezes liga<strong>do</strong>s e dependentes<br />

<strong>do</strong>s Conventos.<br />

Começou então a surgir a ideia de construir um grande<br />

<strong>Hospital</strong> <strong>em</strong> Lisboa. A construção <strong>do</strong> novo <strong>Hospital</strong> iniciou-se<br />

<strong>em</strong> 15 de Maio de 1492 e só terminou <strong>em</strong> 1501, já<br />

no Reina<strong>do</strong> de D. Manuel. Este edifício situava-se no Rossio,<br />

no local hoje ocupa<strong>do</strong> pela Praça da Figueira e era um<br />

edifício <strong>em</strong> forma de cruz, de frente voltada para o Rossio<br />

com uma escadaria monumental que conduzia à Igreja.<br />

No início, as Enfermarias eram apenas três, <strong>em</strong> 1551 tinha<br />

capacidade para 103 enfermos, <strong>em</strong> 1601 já tinha 324<br />

camas, e a afluência era tal, com <strong>do</strong>is <strong>do</strong>entes deita<strong>do</strong>s na<br />

mesma cama, pelo que a capacidade <strong>em</strong> 1620 foi alargada<br />

para 600 camas. De início, o <strong>Hospital</strong> apenas possuía<br />

<strong>do</strong>is Cirurgiões e um Médico, para além <strong>do</strong>s enfermeiros<br />

e auxiliares, mas progressivamente esse número foi aumentan<strong>do</strong>.<br />

A existência <strong>do</strong> HOSPITAL DE TODOS OS SAN-<br />

TOS, nome que foi da<strong>do</strong> ao hospital, foi um <strong>do</strong>s pólos de<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> ensino da Cirurgia <strong>em</strong> Lisboa.<br />

Em Coimbra, <strong>em</strong> 1504 foi funda<strong>do</strong> o HOSPITAL REAL DE<br />

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, também chama<strong>do</strong><br />

HOSPITAL NOVO ou HOSPITAL REAL DE D. MANUEL, e teve<br />

Regimento <strong>em</strong> 22 de Outubro de 1508. A designação de<br />

“Novo” v<strong>em</strong> <strong>do</strong> facto de que até ao Século XVI, Coimbra<br />

dispôs de cerca de 14 Hospitais, que tinham cada um 3<br />

ou 4 camas para albergar principalmente pessoas de passag<strong>em</strong><br />

pela Cidade, muitas das quais se dirigiam a Santiago<br />

de Compostela.<br />

Este <strong>Hospital</strong> ficava situa<strong>do</strong> na Praça Velha, tinha 2 Enfermarias,<br />

uma para homens com 12 camas e outra para mu-

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