Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...
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O ENSINO DA OTORRINOLARINGOLOGIA<br />
ção da Escola e começan<strong>do</strong> as primeiras aulas a funcionar<br />
no mês de Outubro seguinte. O lugar de ajudante-d<strong>em</strong>onstra<strong>do</strong>r<br />
só foi ocupa<strong>do</strong> no ano seguinte pelo Dr. JU-<br />
VENAL HONÓRIO DE ORNELAS. As nomeações destes<br />
quatro lugares somente se tornaram definitivas pelo Decreto<br />
de 8 de Set<strong>em</strong>bro de 1838. O Dr. Luiz Henriques e o<br />
Farmacêutico Nicandio Joaquim de Azeve<strong>do</strong> serviram até<br />
1845, ano <strong>em</strong> que faleceram, e o Dr. Luz Pita até o ano de<br />
1866, <strong>em</strong> que obteve a sua jubilação.<br />
Foram Directores da Escola Médica, o Dr. Luiz Henriques<br />
(1838 - 1845), o Dr. António da Luz Pita (1845 - 1866), o Dr.<br />
João da Câmara L<strong>em</strong>e Hom<strong>em</strong> de Vasconcelos, (1866 -<br />
1883), o Dr. João Augusto Teixeira (1883 - 1907) e o Dr.<br />
Maurício Augusto Sequeira (1907 - 1910).<br />
O curso foi de três anos até 1842, passan<strong>do</strong> a ser de quatro<br />
desde 1843, e assim se conservou até a sua extinção.<br />
Os primeiros médicos forma<strong>do</strong>s nesta Escola foram Valentim<br />
Maximiano de Sousa, António José da Silva, que<br />
concluíram o seu curso <strong>em</strong> 1840. Do curso de 4 anos<br />
foram Crispiniano Evangelista da Silva, Manuel Lúcio de<br />
Freitas, os primeiros Médicos que ali obtiveram a sua formatura.<br />
Em 1902 concluíram o curso desta Escola D. Palmira Conceição<br />
de Sousa e D. Henriqueta Gabriela de Sousa, as primeiras<br />
e únicas médicas que ali se formaram.<br />
Na sua existência de 73 anos, habilitou a Escola <strong>do</strong> Funchal<br />
cerca de 250 médicos.<br />
A Escola Médica tinha uma biblioteca com cerca de <strong>do</strong>is<br />
mil volumes que se achava no edifício da Misericórdia, e<br />
encontra-se hoje na Biblioteca Municipal.<br />
A primitiva organização desta Escola só permitia passar<br />
aos que se habilitass<strong>em</strong> com o seu curso a Carta de Cirurgião<br />
ministrante, que depois se modificou, ten<strong>do</strong> ainda<br />
posteriormente, o decreto de 22 de Junho de 1870, concedi<strong>do</strong><br />
aos seus alunos vantagens e regalias de que antes<br />
não gozavam, sen<strong>do</strong>-lhes então permiti<strong>do</strong> concorrer aos<br />
Parti<strong>do</strong>s Médicos Municipais ou outros lugares dependentes<br />
das corporações administrativas.<br />
Várias tentativas se fizeram <strong>em</strong> diferentes épocas para a<br />
extinção da Escola Médica <strong>do</strong> Funchal, que resultaram<br />
s<strong>em</strong>pre infrutíferas, até que finalmente a Escola foi extinta<br />
pelo seguinte decreto:<br />
“Artigo 1° - É extinta a Escola Medico Cirúrgica <strong>do</strong> Funchal.<br />
§ Único - O pessoal da Escola assim extinta ficará adi<strong>do</strong>.<br />
Artigo 2.° - Fica revogada a legislação <strong>em</strong> contrário.<br />
Da<strong>do</strong> nos Paços da Republica <strong>em</strong> 11 de Nov<strong>em</strong>bro de 1910<br />
por Antonio José de Almeida.” E assim terminou a Escola<br />
Médico-Cirúrgica <strong>do</strong> Funchal.<br />
A SOCIEDADE<br />
PORTUGUESA DE<br />
OTO-NEURO-OFTAL-<br />
MOLOGIA<br />
A criação da Sociedade Portuguesa de Oto-Neuro-<br />
-Oftalmologia ficou a dever-se aos Neurologistas, <strong>Prof</strong>.<br />
Diogo Furta<strong>do</strong> e <strong>Prof</strong>. António Flores, que agregaram a si<br />
o Otorrinolaringologista Dr. Alberto de Men<strong>do</strong>nça e o Oftalmologista<br />
Dr. Henrique Moutinho, fican<strong>do</strong> estas 4 individualidades<br />
a fazer parte da primeira Direcção, sen<strong>do</strong><br />
Presidente o <strong>Prof</strong>. António Flores, o Dr. Alberto de Men<strong>do</strong>nça<br />
Vice-Presidente, Secretário o <strong>Prof</strong>. Furta<strong>do</strong> e Tesoureiro<br />
o Dr. Moutinho.<br />
Desde logo teve a nova Sociedade grande número de<br />
adesões por parte <strong>do</strong>s Especialistas <strong>do</strong>s 3 ramos <strong>em</strong> causa,<br />
ten<strong>do</strong>-se realiza<strong>do</strong> várias sessões na sede da Ord<strong>em</strong> <strong>do</strong>s<br />
Médicos <strong>em</strong> Lisboa.<br />
A sessão inaugural teve lugar no dia 12 de Março de 1948<br />
no Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Lisboa; presidiu<br />
o Sub-secretário de Esta<strong>do</strong> da Educação Nacional Dr.<br />
Leite Pinto, que tinha à sua direita, o <strong>Prof</strong>. J.A. BARRÉ Catedrático<br />
de Neurologia da Faculdade de Estrasburgo, a<br />
qu<strong>em</strong> foi outorga<strong>do</strong> o título de Presidente de Honra da<br />
Sociedade. Barré fora o funda<strong>do</strong>r da Sociedade Europeia<br />
de Oto-Neuro-Oftalmologia.<br />
Em 1949 muda a direcção, fican<strong>do</strong> como Presidente o Dr.<br />
Alberto de Men<strong>do</strong>nça, Vice-Presidentes o Dr. Sertório<br />
Sena (Oftalmologista) e o <strong>Prof</strong>. António Ferraz Júnior. Mais<br />
tarde viria a ser Presidente o Dr. António Ferraz Júnior e<br />
Vice-Presidente o Dr. António de Assis Brito.<br />
Pertenceu ainda a esta Sociedade o mérito de levar a<br />
cabo, <strong>em</strong> Lisboa, um Congresso Internacional de Oto-<br />
-Neuro-Oftalmologia de 22 a 26 de Abril de 1952, que decorreu<br />
com grande brilhantismo e reuniu cerca de 300<br />
congressistas nacionais e estrangeiros. O <strong>Prof</strong>. Diogo Furta<strong>do</strong><br />
foi o principal organiza<strong>do</strong>r e impulsiona<strong>do</strong>r deste<br />
congresso.<br />
Encontro ainda a notícia de que o Brigadeiro – Médico, Dr.<br />
PINTO DA ROCHA (simultaneamente Oftalmologista e<br />
Otorrinolaringologista), foi presidente desta Sociedade e<br />
da publicação de um Boletim cujo 6º Tomo com 172 páginas<br />
foi publica<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1960.<br />
Com o falecimento <strong>do</strong> <strong>Prof</strong>. Furta<strong>do</strong>, esta Sociedade, que<br />
tão brilhante começo tivera, terminou os seus dias s<strong>em</strong><br />
quase se dar por isso.