18.04.2013 Views

Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...

Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...

Livro Historia_ORL em Portugal.pdf - Repositório do Hospital Prof ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

54<br />

A MEDICINA NO SÉCULO XVIII - UM SÉCULO DE GRANDES MUDANÇAS<br />

FIGURA 32<br />

FROnTiSPÍciO DO 1º VOLUME DO caSTELO FORTE<br />

DE jOÃO LOPES cORREia na EDiÇÃO DE 1723<br />

Neste t<strong>em</strong>po marcavam-se inexpugnáveis barreiras entre<br />

a Medicina e a Cirurgia, a ponto de haver sanções penais<br />

para o Médico que exercesse Cirurgia e para o Cirurgião<br />

que praticasse Medicina.<br />

FIGURA 33<br />

A Lei, no entanto, reconhecia excepções: onde não houvesse<br />

Médicos, os Cirurgiões podiam exercer Clínica Médica<br />

legalmente. Para isso habilitavam-se mediante um<br />

exame feito perante o Físico-Mor, versan<strong>do</strong> sobre os seus<br />

conhecimentos de Medicina Interna, mas a própria Lei<br />

dizia que o Físico-Mor devia ter <strong>em</strong> consideração os poucos<br />

conhecimentos que os Cirurgiões pudess<strong>em</strong> ter.<br />

A carta de Sangra<strong>do</strong>r (Cirurgião) adquiria-se por meio de<br />

um exame a que presidia o Cirurgião-Mor, assisti<strong>do</strong> por<br />

<strong>do</strong>is Barbeiros-Sangra<strong>do</strong>res, como m<strong>em</strong>bros <strong>do</strong> Júri. O<br />

exame era prático e o Candidato tinha de provar haver pratica<strong>do</strong><br />

durante pelo menos <strong>do</strong>is anos. Muitos Barbeiros habilitavam-se<br />

a exercer Cirurgia com esta Carta de Curso.<br />

Havia ainda alguns indivíduos muni<strong>do</strong>s de licenças que<br />

eram passadas apenas <strong>em</strong> certos ramos da Medicina ou Cirurgia,<br />

licenças que eram passadas pelo Físico-Mor ou pelo<br />

Cirurgião-Mor, conforme a especialização respeitava à Medicina<br />

ou Cirurgia, era o caso das Parteiras, Dentistas etc.<br />

É neste meio que Manuel Constâncio, que exercia a profissão<br />

de Barbeiro na Vila <strong>do</strong> Sar<strong>do</strong>al, desejava possuir a<br />

Carta de Sangra<strong>do</strong>r, pelo que começou a frequentar o<br />

<strong>Hospital</strong>, continuan<strong>do</strong> a exercer a <strong>Prof</strong>issão de Barbeiro.<br />

Em 1747, a convite <strong>do</strong> Marquês de Abrantes, v<strong>em</strong> para Lisboa<br />

estudar Cirurgia no <strong>Hospital</strong> de To<strong>do</strong>s os Santos.<br />

Quan<strong>do</strong> Constâncio se matriculou era a Cadeira de Anatomia<br />

regida por Pedro Dufau, cuja regência não era nenhuma<br />

maravilha, mas era um <strong>Prof</strong>essor esforça<strong>do</strong>,<br />

pratican<strong>do</strong> dissecções de nada regular com grande assistência,<br />

e publicou um pequeno volume de osmologia e<br />

miologia que servia de livro de texto para os alunos.<br />

Constâncio foi aluno distinto e apoia<strong>do</strong> de Dufau, estu<strong>do</strong>u<br />

a língua francesa de mo<strong>do</strong> a obter uma melhor preparação.<br />

caPÍTULOS SOBRE O naRiZ, a GaRGanTa E OS OUViDOS incLUÍDOS nO LiVRO “caSTELLO FORTE” DE jOÃO LOPES cORREia DE 1723

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!