18.04.2013 Views

Iracema, mon amour - Cabine Cultural

Iracema, mon amour - Cabine Cultural

Iracema, mon amour - Cabine Cultural

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

16º Dia – Limando a paciência<br />

Lima, 12/01/05.<br />

Não acordamos tão cedo. Desayuno. Refazer as malas. E um bumba até o<br />

centro de Lima. Deixamos nossas mochilas no “terminal” e saímos para andar. O<br />

dia estava quente, não tanto quanto o dia anterior. Enquanto passávamos por três<br />

quadras imundas e superlotadas, abriram nossa “mochila de ataque”, uma menor<br />

que usávamos nos passeios, e roubaram o caderno de anotações/diário do<br />

Anselmo. Portanto, o único relato escrito que sobrou é este aqui. Foi tudo muito<br />

rápido e quando olhei para as costas do Anselmo, notei que o bolso de zíper<br />

estava escancarado. Lá dentro tinha uma pequena lanterna, um canivete e o<br />

diário. Levaram-nos justamente o artigo sem valor comercial e com maior valor<br />

sentimental. Filhos da puta. Vacilamos e cometemos um erro. É preciso ficar<br />

atento durante o dia todo, 24 por 48 mesmo. Desconfiamos da audácia dos<br />

malandros e dançamos. Ficamos putos e muito chateados. Principalmente o<br />

Anselmo. Refizemos em vão o caminho de volta na esperança de tentar encontrar<br />

o diário jogado no chão, afinal só era um bloco com anotações escritas, tinha<br />

serventia para nós e mais ninguém. Vão-se os anéis e ficam os dedos. O velho e<br />

conformista ditado foi pronunciado pela terceira vez na viagem.<br />

Nossa intenção era visitar o Museu do Ouro. No entanto, cidade que não é<br />

turística é foda. Como São Paulo, Lima não é famosa pelo turismo, é mais uma<br />

cidade administrativa, centro comercial e financeiro. Ou seja, não havia<br />

informação alguma para turistas e ninguém nas ruas sabia informar nada.<br />

Ninguém mesmo, nem pedestres, nem policiais, nem taxistas. Muitas pessoas até<br />

desconheciam a existência do museu, nunca tinham ouvido falar. Voltamos ao<br />

Museu de Artes de Lima e, depois de falar com quatro funcionários diferentes,<br />

uma boa alma nos passou o endereço, os preços e o horário de atendimento do<br />

Museu do Ouro. Desanimamos. Na capital do Peru não havia como chegar de<br />

transporte público no museu mais famoso e comentado entre turistas do mundo<br />

inteiro. Somente de táxi. A entrada era cara, S$30,00 e o táxi sairia mais caro que<br />

isto. Pesamos os prós e os contras. Não fomos. Não sou e nunca fui atraído por<br />

jóias, ouro e prata. As mulheres que me desculpem, mas tenho a impressão que<br />

elas se encantam muito mais com estas coisas do que os homens. Não estou<br />

dizendo que as mulheres são mais gananciosas que os homens, de forma alguma.<br />

Por favor, não me entendam mal. Na mesma proporção que a maioria dos homens<br />

se encanta mais por futebol, a maioria das mulheres se encanta mais por jóias. E<br />

ponto. Não sei se eu iria curtir muito o museu. O museu que merecia ser visitado,<br />

o de artes, já fora visto. Ainda nos arredores do Museu de Arte de Lima, fiquei<br />

contente de ter presenciado a enorme fila que se formava para fazer inscrições<br />

nos diversos cursos oferecidos pelo museu.<br />

O Estádio Nacional não era muito longe, dava até para vê-lo de onde nós<br />

estávamos. Fomos caminhando até o palco da última decisão de Copa América,<br />

entre Brasil e Argentina, em 2004. Era um desses estádios redondinhos, tipo<br />

coliseu, muito simpático. Não foi nada difícil entrar e ir até as arquibancadas.<br />

Sentamos, vimos, sentimos e nos encantamos. O estádio era espetacular, muito<br />

60

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!