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Dissertação - Programa de Pós-graduação em Educação / UEM

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<strong>de</strong> acordo com a lógica pela qual cada autor organiza os fatos no momento <strong>de</strong><br />

sua produção.<br />

A título <strong>de</strong> informação, e por ser<strong>em</strong> as analises interpretativas <strong>de</strong> sertão e<br />

educação comuns <strong>em</strong> pesquisas acadêmicas, possibilitando ao historiador da<br />

educação uma vasta gama <strong>de</strong> fontes, revelo <strong>de</strong> ant<strong>em</strong>ão que os artistas e<br />

intelectuais cont<strong>em</strong>plados aqui foram aqueles, que <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra<br />

contribuíram para os estudos relacionados ao sertão e a educação do sertanejo.<br />

Começo <strong>de</strong>stacando o conceito <strong>de</strong> sertão. O uso da palavra sertão para<br />

<strong>de</strong>notar um espaço particular <strong>de</strong> referência ao Nor<strong>de</strong>ste brasileiro é muito comum<br />

na atualida<strong>de</strong>. Mas, isso é algo que particularmente me incomoda. No Dicionário<br />

Priberam (2009) a palavra “certão” corrompido para o Português para “sertão”<br />

teve seu significado traduzido por lugar entre terras, interior, sítio longe do mar,<br />

mato distante da costa, tendo sua orig<strong>em</strong> no latim pela expressão Lócus<br />

mediterraneus, ou seja, lugar que fica no meio ou no centro das terras.<br />

Dessa maneira, neste trabalho, a palavra sertão assume o conceito como<br />

relativo a todo interior do país e não apenas uma região <strong>em</strong> especifico, fazendo o<br />

mesmo com outras palavras que <strong>de</strong>rivaram <strong>de</strong>ssa, como é o caso <strong>de</strong> sertanejo,<br />

que aqui tratarei como todo aquele que habita a área rural do interior do país<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da região.<br />

Durante muito t<strong>em</strong>po o sertão fez apenas parte do imaginário <strong>de</strong> alguns<br />

autores, era uma terra supostamente <strong>de</strong>sabitada, muitas expectativas eram feitas<br />

a respeito do que po<strong>de</strong>ria proporcionar o <strong>de</strong>sbravamento <strong>de</strong>sta terra. Talvez por<br />

isso, muito do que era escrito encontrava-se diretamente ligado à i<strong>de</strong>alização <strong>de</strong><br />

um sertão. José <strong>de</strong> Alencar <strong>em</strong> O Sertanejo, publicado pela primeira vez <strong>em</strong><br />

1875, é um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>sse lugar i<strong>de</strong>alizado e romantizado que perpassou pela<br />

mente dos poucos brasileiros que tinham acesso a leitura naquela época e aos<br />

poucos foi dando lugar a novas concepções.<br />

De dia <strong>em</strong> dia aquelas r<strong>em</strong>otas regiões vão per<strong>de</strong>ndo a primitiva<br />

ru<strong>de</strong>za, que tamanho encanto lhes difundia. A civilização que<br />

penetra pelo interior corta os campos <strong>de</strong> estradas, e s<strong>em</strong>eia pelo<br />

vastíssimo <strong>de</strong>serto as casas e mais tar<strong>de</strong> as povoações. Não era<br />

assim no final do século passado, quando apenas se encontravam<br />

<strong>de</strong> longe <strong>em</strong> longe extensas fazendas, as quais ocupavam todo o<br />

espaço entre as raras freguesias espalhadas pelo interior da<br />

província (ALENCAR, 1965a, p. 527).

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