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Dissertação - Programa de Pós-graduação em Educação / UEM

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intelectuais a<strong>de</strong>ptos da perspectiva higienista encontraram um mo<strong>de</strong>lo<br />

supostamente mais apropriado para dar início às ações medicamentozas, seria o<br />

que chamamos <strong>de</strong> campanhismo, que se <strong>de</strong>stacou entre os anos <strong>de</strong> 1918-1924.<br />

O higienísmo constitui-se num forte movimento, ao longo do<br />

século XIX e inicio do século XX, <strong>de</strong> orientação positivista. Foi<br />

formado por médicos que buscavam impor-se aos centros <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão do Estado para obter investimentos e intervir não só na<br />

regulamentação daquilo que estaria relacionado especificamente<br />

à área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mas também no or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong> muitas outras<br />

esferas da vida social. Diante dos altos índices <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong><br />

infantil e das precárias condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos adultos, e tendo<br />

<strong>em</strong> vista a diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> novos conhecimentos e técnicas<br />

provenientes do avanço da ciência, o higienismo conseguiu<br />

influenciar <strong>de</strong>cisivamente a <strong>em</strong>ergência <strong>de</strong> novas concepções e<br />

novos hábitos (MERISSE et al., 1987, p. 33-34).<br />

Ainda consi<strong>de</strong>rando o que escreveram Merisse et al. (1987), o leitor po<strong>de</strong><br />

notar que havia uma clara predisposição por parte <strong>de</strong>sses cientistas <strong>em</strong> pensar e<br />

agir sobre a saú<strong>de</strong> do brasileiro, e <strong>em</strong> termos práticos, esse movimento começou<br />

pelas cida<strong>de</strong>s (<strong>em</strong> especial Rio <strong>de</strong> Janeiro e São Paulo), on<strong>de</strong> a urgência era<br />

maior <strong>de</strong>vido a alta concentração <strong>de</strong> pessoas e para garantir e assegurar o<br />

progresso e avanço industrial.<br />

Para intelectuais como Cruz Costa e Monteiro Lobato, os sertões, <strong>em</strong>bora<br />

portador <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> riqueza e sustentabilida<strong>de</strong>, não era valorizado por projetos<br />

políticos e sociais, ocasionando com isso o não <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas gentes<br />

nos mais variados aspectos da vida humana. Assim, afirma Costa (1967, p. 354):<br />

O sertão fizera, no alvorecer na República, a sua dramática<br />

aparição no cenário da vida brasileira, revelando aspectos trágicos<br />

<strong>de</strong> nossa formação. [...] Ascen<strong>de</strong>mos, <strong>de</strong> choque, arrebatados no<br />

caudal dos i<strong>de</strong>ais mo<strong>de</strong>rnos, <strong>de</strong>ixando na penumbra secular <strong>em</strong><br />

que jaz<strong>em</strong>, no âmago do País, um têrço <strong>de</strong> nossa gente.<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com Costa (1967, p. 354), “[...] os probl<strong>em</strong>as do Brasil –<br />

entre os quais se <strong>de</strong>staca o das populações sertanejas – volta s<strong>em</strong>pre a<br />

preocupar o letrado brasileiro, tôda vez que nos enfrentamos com uma crise

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