Dissertação - Programa de Pós-graduação em Educação / UEM

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o autor produziu a representação visual de um típico brasileiro indolente,
desanimado, sem perspectivas de futuro e acometido por mazelas epidêmicas
como amarelão e desnutrição. Mas, a transformação da personagem em um rico
fazendeiro, alimentava a expectativa de que a higiene e a educação seria o motor
do progresso do país
As referencias à obra educacional determinam-na como reiterada
operação de apagamento do presente e promessa de um futuro
grandioso. Nela, a figura de um brasileiro doente e indolente,
apático e degenerado, perdido na imensidão do território nacional
– Jeca Tatu, em cuja representação exemplar confluem
determinismos cientificistas de várias ordens – representa,
alegoricamente, a realidade lastimada (CARVALHO, 1997,
p. 121).
Esta realidade lastimada despertou em vários intelectuais um interesse
particular pelo interior brasileiro, mais especificamente pelo ambiente rural, pois
viam nesse espaço a possibilidade de um avanço positivo rumo ao bem estar da
nação. Monteiro Lobato no Almanaque Biotônico Fontoura, por exemplo,
visionava um sertão mecanizado, gerando rendas promissoras, homens
progressistas e preparados para o mercado de futuro que almejava ao Brasil.
Mas, para isso era preciso preparar a população e a educação era para aquele
pensamento o caminho mais viável.
Embora tenha privilegiado os enfoques estéticos e educacionais de
Guimarães Rosa, José de Alencar, Marta de Carvalho e Fernando de Azevedo
não posso concluir que esses autores foram os responsáveis em determinar e
restringir os conceitos aqui discutidos. Na verdade recorri a eles como
fundamentação teórica de investigação de um tema, consequentemente constitui
apenas uma visão daqueles tempos ficando outras possibilidades suscetíveis de
serem incluídas em outros trabalhos que tratem do mesmo assunto.