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Dissertação - Programa de Pós-graduação em Educação / UEM

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tinham meios <strong>de</strong> subsistência, se constituíam <strong>em</strong> presença incomoda nos centros<br />

urbanos” (NUNES, 2000, p. 143). Por outro lado, como afirma Magalhães (apud<br />

CARVALHO, 1998, p. 160) “não só as riquezas materiais que se ocultam no<br />

interior do país; são as suas forças vivas, as suas forças morais únicas capazes<br />

<strong>de</strong> dominar a dissolução dos centros urbanos ostentosos e anarquizados”. Esse<br />

olhar para o sertão incluía o sertanejo como individuo capaz. Neste contexto, <strong>em</strong><br />

que a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> abriria caminhos à nação Brasil, os sertanejos também<br />

<strong>de</strong>veriam ser educados sob o prisma da civilização mo<strong>de</strong>rna. De acordo com<br />

Lima e Hochman (2000, p. 316) “o Brasil foi pensado pelas suas ausências e o<br />

hom<strong>em</strong> brasileiro como atrasado, indolente, doente e resistente aos projetos <strong>de</strong><br />

mudanças”. As políticas educacionais republicanas almejavam o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da nação, uma <strong>em</strong>preitada que buscava abarcar todos os sujeitos. Assim, nos diz<br />

Bomeny (1993, p.31):<br />

Buscando novos cidadãos, os indivíduos brasileiros, chega à vez<br />

dos educadores, espalhados pelos estados com seus<br />

experimentos <strong>em</strong>píricos, um verda<strong>de</strong>iro laboratório <strong>de</strong> reformas,<br />

idéias e projetos inspirados, <strong>em</strong> sua gran<strong>de</strong> maioria, <strong>em</strong> mo<strong>de</strong>los<br />

estrangeiros.<br />

É importante l<strong>em</strong>brar que a tese do racismo científico, que justificava o<br />

atraso do país pela raça mestiça do brasileiro, sedia lugar para outras análises.<br />

Muito <strong>de</strong>ssas alterações explicativas e analíticas daquele momento foram<br />

alimentadas pelo advento pré-mo<strong>de</strong>rnista (1917) que culminou na s<strong>em</strong>ana <strong>de</strong> Arte<br />

Mo<strong>de</strong>rna (1922). Parto do entendimento <strong>de</strong> que os literatos, intelectuais e artistas<br />

contribuíram para a reavaliação do conceito <strong>de</strong> raça, construindo outro<br />

entendimento para as mazelas sociais do Brasil. Nesta ressignificação das<br />

causas, a higienização e a educação <strong>de</strong>spontaram como medidas <strong>em</strong>ergenciais<br />

da nação.<br />

O <strong>de</strong>bate científico, intelectual e político, presente nas duas primeiras<br />

décadas do século XX, que <strong>de</strong>fendia a falta <strong>de</strong> saneamento como causa <strong>de</strong> males<br />

como o fracasso escolar e o baixo <strong>de</strong>senvolvimento social, tendo <strong>em</strong> vista as

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