Dissertação - Programa de Pós-graduação em Educação / UEM
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m<strong>em</strong>ória <strong>de</strong> muitos leitores foi a imag<strong>em</strong> do jeca indolente, preguiçoso, pobre e<br />
doente. Ou seja, uma interpretação condizente apenas com a primeira parte da<br />
história escrita por Lobato, que também é viável sob o viés interpretativo, mas que<br />
foge do controle e do objetivo do autor, que esperava justamente o contrario <strong>de</strong><br />
seus leitores.<br />
O processo interpretativo pelo qual passou a historia do Jeca Tatu,<br />
contada nos ex<strong>em</strong>plares do Almanaque, mostra que sua interpretação foi aberta e<br />
coorporativa. Embora o texto tenha limites interpretativos pré-estabelecidos por<br />
Monteiro Lobato, eles não dão conta <strong>de</strong> englobar todas as práticas <strong>de</strong> leituras <strong>de</strong><br />
seus interpretantes. Contudo, mesmo tendo uma interpretação final diferente<br />
daquela esperada por Lobato, <strong>em</strong> algum momento ela condiz com o texto. O Jeca<br />
indolente, preguiçoso e doente não é uma criação originária do leitor, pois ela esta<br />
presente na historia contada no Almanaque. Neste sentido, nota-se que não<br />
houve como bloquear os caminhos interpretativos finais da história do Jeca e o<br />
controle que supostamente estava nas mãos do autor passa às do leitor.