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Dissertação Carlos Lucena de Aguiar - Centro de Pesquisas Aggeu ...

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A invenção da vacina <strong>de</strong> DNA contra o vírus da febre amarela é uma <strong>de</strong>ssas tecnologias.<br />

Conforme explicado pelos seus inventores no pedido <strong>de</strong> patente (FUNDAÇÃO OSWALDO<br />

CRUZ, 2009):<br />

O vírus da Febre Amarela (FA) é consi<strong>de</strong>rado o protótipo da família Flaviviridae,<br />

representada ainda por vários outros vírus <strong>de</strong> importância médica causadores <strong>de</strong><br />

enfermida<strong>de</strong>s graves como a Dengue, Encefalite Japonesa e Febre do Oeste do Nilo<br />

(Barrett, 2002). De acordo com a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) mais <strong>de</strong><br />

200.000 casos <strong>de</strong> infecção por FA, incluindo 30.000 mortes, ocorrem anualmente em<br />

todo o mundo (sendo 90% dos casos disseminados na África). A estratégia mais<br />

segura <strong>de</strong> prevenção da doença continua sendo a vacinação, consi<strong>de</strong>rando que não<br />

existe ainda nenhuma droga efetiva contra a infecção por FA. Nos últimos 70 anos<br />

mais <strong>de</strong> 400 milhões <strong>de</strong> pessoas foram globalmente vacinadas com a vacina FA <strong>de</strong><br />

vírus-atenuado (17DD), consi<strong>de</strong>rada bastante segura e eficaz. Apesar do sucesso da<br />

vacinação em massa com a 17DD, que é capaz <strong>de</strong> induzir tanto resposta duradoura<br />

por anticorpos neutralizantes como resposta citotóxica por células T (Poland,<br />

Calisher et al., 1981; Reinhardt, Jaspert et al., 1998), a reversão genética do vírus<br />

vacinal atenuado para a forma virulenta da FA vem sendo sistematicamente<br />

reportada na literatura [revisado em (Liu, 2003)]. Em alguns casos a recombinação<br />

viral foi diretamente associada com o aumento da severida<strong>de</strong> sintomatológica<br />

(Monath, Arroyo et al., 2002) po<strong>de</strong>ndo até culminar com reações fatais<br />

(Vasconcelos, Luna et al., 2001; Lefeuvre, Marianneau et al., 2004). Diante <strong>de</strong>ste<br />

cenário o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> nova estratégias <strong>de</strong> vacinação, como vacinas <strong>de</strong> DNA<br />

codificando seqüências virais específicas (Donnelly, Ulmer et al., 1997; Lewis e<br />

Babiuk, 1999; Robinson, 1999; Schultz, Pavlovic et al., 2000) é <strong>de</strong> fundamental<br />

importância para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias vacinais ainda mais seguras.<br />

Desenvolvida no Departamento <strong>de</strong> Virologia e Terapia Experimental do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Pesquisas</strong><br />

<strong>Aggeu</strong> Magalhães, unida<strong>de</strong> da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco, a vacina <strong>de</strong> DNA<br />

contra o vírus da febre amarela utiliza uma das abordagens mais recentes e inovadoras neste<br />

campo – a imunização genética. A vacina foi testada no Instituto <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong><br />

Imunobiológicos da Fiocruz e na Universida<strong>de</strong> Johns Hopkins, EUA, obtendo resultados<br />

bastante promissores. Ela foi capaz <strong>de</strong> induzir no sistema imune <strong>de</strong> animais respostas<br />

semelhantes àquelas induzidas pela 17DD, a vacina convencional; e <strong>de</strong> forma surpreen<strong>de</strong>nte<br />

fez sobreviver 100% dos camundongos no <strong>de</strong>safio letal com injeção intra-cerebral do vírus<br />

(em fase <strong>de</strong> elaboração). 5<br />

Em função dos significativos resultados alcançados e das vantagens potenciais das vacinas <strong>de</strong><br />

DNA em relação às vacinas tradicionais – como a estimulação <strong>de</strong> respostas tanto das células<br />

B como T, maior estabilida<strong>de</strong> da vacina, maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fabricação, transporte e<br />

conservação, e maior segurança (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010) –, a<br />

5 Draft <strong>de</strong> artigo científico <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Ernesto Marques e Rafael Dhalia, com o título “Development and<br />

validation of three naked DNA-based vaccine candidates against yellow fever vírus infection”.<br />

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