Dissertação Carlos Lucena de Aguiar - Centro de Pesquisas Aggeu ...
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<strong>de</strong>terminante da dinâmica industrial do complexo, graças ao seu elevado po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra <strong>de</strong><br />
bens e serviços, ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> indução e às ativida<strong>de</strong>s regulatórias que <strong>de</strong>sempenha, numa forte<br />
interação com a socieda<strong>de</strong> civil organizada (GADELHA, 2002).<br />
No que se refere à indústria mundial <strong>de</strong> vacinas, uma <strong>de</strong> suas peculiarida<strong>de</strong>s é que não existe<br />
um mercado único, mas sim vários mercados, cada qual com suas características específicas.<br />
Há os “mercados fechados”, on<strong>de</strong> produtores locais suprem as necessida<strong>de</strong>s locais, na maioria<br />
das vezes com vacinas monovalentes, as quais geralmente não po<strong>de</strong>m ser exportadas por<br />
razões regulatórias. Há os mercados “donor”, geridos por organizações internacionais (OMS,<br />
UNICEF, OPAS, GAVI) que compram vacinas para imunização em países pobres e em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, geralmente em apresentações multidoses e preços diferenciados (“tiered<br />
pricing”). E há os “mercados comerciais” (públicos e privados), fortemente regulados, on<strong>de</strong><br />
domina a competição e os preços são <strong>de</strong>terminados <strong>de</strong> uma maneira mais clássica,<br />
favorecendo a realização da P&D, e representando a parte do mercado global com maior valor<br />
monetário (GRECO, 2004).<br />
No mercado <strong>de</strong> vacinas, a presença do setor público é ainda mais forte que no mercado <strong>de</strong><br />
medicamentos, pois, além <strong>de</strong> reguladores, os governos são os maiores compradores, chegando<br />
em alguns casos a tornarem-se quase monopsônios (GADELHA; QUENTAL; FIALHO,<br />
2003).<br />
Competências para inovação em vacinas<br />
No que se refere à literatura sobre as competências necessárias ao processo <strong>de</strong> inovação<br />
tecnológica na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, em geral, e vacinas, em particular, muitas vezes encontram-se<br />
conceitos ou enfoques diferentes para tratar do mesmo fenômeno. Enquanto alguns autores<br />
enfocam as etapas da P&D em vacinas (BOMTEMPO; BAETAS, 2005; HOMMA, 2003),<br />
outros abordam os tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s contidas no seu processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
(GREGERSEN, 2004). Há ainda os que i<strong>de</strong>ntificam os componentes da inovação em saú<strong>de</strong><br />
(MAHONEY; MOREL, 2006), e aqueles que apresentam as funções envolvidas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
pesquisa até o lançamento <strong>de</strong> uma vacina (GRECO, 2004). Além disso, é comum o uso <strong>de</strong><br />
conceitos abrangentes, como “pesquisa, <strong>de</strong>senvolvimento e difusão” para <strong>de</strong>screver conjuntos<br />
<strong>de</strong> etapas do processo <strong>de</strong> inovação na medicina (GELIJNS, 1990).<br />
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