Dissertação Carlos Lucena de Aguiar - Centro de Pesquisas Aggeu ...
Dissertação Carlos Lucena de Aguiar - Centro de Pesquisas Aggeu ...
Dissertação Carlos Lucena de Aguiar - Centro de Pesquisas Aggeu ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
As noções relacionadas ao “tipo <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação” conforme Mintzberg e à “hierarquia <strong>de</strong><br />
rotinas organizacionais” conforme Nelson, apresentam significativo paralelismo. Ambas<br />
tratam da padronização e da coor<strong>de</strong>nação, e funcionam como mecanismos que garantem a<br />
correta execução das ativida<strong>de</strong>s pela organização, possibilitando o seu bom <strong>de</strong>sempenho.<br />
Assim, consi<strong>de</strong>rando que o tipo <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação presente na organização profissional é<br />
caracterizado pela padronização <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s dos especialistas do núcleo operacional, as<br />
rotinas organizacionais seriam então resultado do treinamento formal prévio <strong>de</strong>sses<br />
profissionais. Conseqüentemente, as aptidões essenciais <strong>de</strong> uma instituição <strong>de</strong> pesquisa<br />
seriam, em gran<strong>de</strong> medida, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>ste treinamento.<br />
Neste sentido, a mudança nas aptidões da organização profissional não emanaria <strong>de</strong> novos<br />
administradores que assumem seus postos anunciando reformas amplas, ou da intenção <strong>de</strong><br />
oficiais do governo <strong>de</strong> manter os profissionais sob controle tecnocrático (MINTZBERG,<br />
2006):<br />
Em vez disso, a mudança se infiltra através do lento processo <strong>de</strong> mudança dos<br />
profissionais – mudando os que estão entrando na profissão, o que eles apren<strong>de</strong>m<br />
nas escolas profissionalizantes (normas e também habilida<strong>de</strong>s e conhecimento) e,<br />
daí em diante, a maneira como eles aprimoram suas habilida<strong>de</strong>s (MINTZBERG,<br />
2006, p. 320).<br />
Vê-se outra relação <strong>de</strong> paralelismo entre as três abordagens ao se i<strong>de</strong>ntificar os “profissionais”<br />
(Mintzberg) como parte dos “recursos” da empresa (Nelson), ou, mais especificamente, como<br />
principal “capital intelectual” do instituto <strong>de</strong> pesquisa (Ruttan). Isto implicaria no<br />
entendimento <strong>de</strong> que a aquisição <strong>de</strong> novos profissionais com formação diferenciada em<br />
relação aos existentes na organização seria um fator <strong>de</strong>cisivo no processo <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong><br />
aptidões essenciais da instituição <strong>de</strong> pesquisa.<br />
Ao mesmo tempo, as principais inovações nesse tipo <strong>de</strong> organização <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da cooperação<br />
entre os profissionais. Os programas existentes po<strong>de</strong>m ser aperfeiçoados por um profissional,<br />
mas novos programas geralmente surgem nas especialida<strong>de</strong>s estabelecidas e assim requerem<br />
ação coletiva. Como resultado, a relutância dos profissionais em cooperar uns com os outros e<br />
a complexida<strong>de</strong> dos processos coletivos po<strong>de</strong>m gerar resistência à inovação (MINTZBERG,<br />
2006).<br />
55