8. Grandes síndromes geriátricas - Fiocruz
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ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA<br />
246<br />
Incontinência de urgência e bexiga hiperativa<br />
A bexiga hiperativa é uma síndrome de urgência urinária, que pode<br />
estar associada à incontinência ou não. Geralmente é acompanhada de<br />
freqüência aumentada e noctúria (duas ou mais micções durante o sono<br />
– Sociedade Internacional de Continência). Ela se caracteriza pela presença<br />
de contrações involuntárias do detrusor. Se houver distúrbio neurológico<br />
associado, é chamada hiperreflexia; se não houver, é chamada<br />
instabilidade do detrusor. Essas contrações deveriam ser inibidas pelo<br />
centro inibitório da micção e todas as outras estruturas envolvidas no<br />
controle miccional deveriam prover um bom funcionamento da micção.<br />
As doenças neurológicas mais comumente ligadas à urgeincontinência<br />
são: Acidente Vascular Cerebral (AVC), demência e Parkinson.<br />
Há uma terceira condição: hiperatividade do detrusor com redução da<br />
contratilidade. Há um aumento na freqüência, porém com uma diminuição<br />
da força de contração muscular, podendo haver aumento do<br />
volume residual.<br />
Incontinência de esforço<br />
É a perda involuntária de urina quando há aumento da pressão intraabdominal,<br />
como acontece durante a tosse, o espirro, o riso ou o exercício.<br />
Surge por duas alterações: hipermobilidade uretral ou deficiência<br />
esfincteriana intrínseca. Na hipermobilidade a função esfincteriana está<br />
preservada, mas há um deslocamento da uretra e do colo vesical. Isso<br />
é decorrente do enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico,<br />
ocasionado pelo envelhecimento, multiparidade (vários partos) ou<br />
trauma de uma cirurgia. Na deficiência esfincteriana o posicionamento<br />
uretral está correto, mas a função está alterada por trauma cirúrgico ou<br />
doença neurológica da medula.<br />
A incontinência de esforço é o tipo mais comum em mulheres jovens e o<br />
segundo, em idosas. Porém pode acometer homens, se houver dano no<br />
esfíncter após uma cirurgia transuretral, prostatectomia radical (retirada<br />
total da próstata) ou radioterapia.<br />
O uso de certos medicamentos que afetam a inervação do esfíncter,<br />
que é adrenérgica (receptores alfa estimulam a contração esfincteriana<br />
e beta relaxam o esfíncter), pode alterar a função esfincteriana. Como<br />
exemplo, temos os anti-hipertensivos, bloqueadores alfa adrenérgicos<br />
que podem relaxar o esfíncter e estimuladores dos receptores beta que<br />
podem aumentar o relaxamento mediado por estes receptores.