8. Grandes síndromes geriátricas - Fiocruz
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ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA<br />
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O envelhecimento também ocasiona diminuição das proteínas plasmáticas<br />
em torno de 20%, reduzindo, assim, sua ligação com as drogas.<br />
Uma vez que as proteínas se ligam aos fármacos para mantê-los inativos,<br />
a diminuição das mesmas acarreta uma maior fração de droga<br />
livre no plasma, possibilitando uma maior concentração nos receptores<br />
teciduais. Anticoagulantes, antiinflamatórios não hormonais (AINH) e<br />
sulfoniluréias circulam ligados às proteínas e atingem maior fração livre<br />
com a idade.<br />
Assim, vemos que as alterações da composição corporal decorrentes da<br />
idade impõem a modificação da posologia da maioria dos medicamentos<br />
administrados aos idosos.<br />
Metabolismo<br />
O fígado é o órgão responsável pela biotransformação dos medicamentos.<br />
Além da redução do volume (20% entre 20 e 80 anos de idade),<br />
há um decréscimo de fluxo sangüíneo com a idade, levando à menor<br />
depuração dos medicamentos dependentes de fluxo, como propranolol e<br />
nifedipina. A primeira fase da biotransformação (fase I) envolve reações<br />
químicas que têm a participação de enzimas de um conjunto denominado<br />
Citocromo P450. Nesta etapa, os medicamentos são transformados<br />
em metabólitos ativos ou inativos para, em seguida (fase II), ligarem-se<br />
a substratos endógenos e serem excretados pelas fezes ou pela urina. As<br />
reações da fase I estão diminuídas no envelhecimento, possibilitando o<br />
surgimento de interações medicamentosas e modificação da meia-vida<br />
de diversos fármacos, como veremos adiante.<br />
Excreção<br />
A reserva funcional do sistema gênito-urinário declina com a idade,<br />
havendo uma redução da filtração glomerular em torno de 40% por volta<br />
dos 70 anos. A capacidade de concentração urinária também decresce.<br />
Assim, medicamentos de excreção renal, como digoxina, lítio, furosemida<br />
e outros, têm suas meias-vidas aumentadas no idoso. E como há<br />
uma diminuição simultânea da massa muscular esquelética, a creatinina<br />
sérica deixa de ser um bom indicador da função renal. Nestes casos,<br />
lança-se mão de fórmulas, como a de Cockroft & Gault:<br />
(140 – idade) x peso(kg)<br />
72 x creatinina sérica (mg/dl)<br />
Observação: Para mulheres, multiplicar o valor final por 0,85.