Noticias de Imprensa de 23 de Fevereiro de 2012 - Fesete

- Sim. Quando se olha para diferentes grupos de imigrantes, provenientes de
diferentes países, pode-se ser levado a pensar que têm comportamentos de
fecundidade muito diferentes. Mas, passado muito pouco tempo, adotam um
comportamento muito semelhante entre si e igual ao das pessoas do país de
acolhimento.
- As políticas de igualdade, na Suécia, tiveram como efeito secundário maior
fecundidade?
- Acho que sim. As políticas de igualdade de género permitem um recrudescer dos
níveis de fecundidade. Há dois níveis, neste processo de mudança dos papéis dos
sexos: o primeiro surgiu na Suécia nos anos 70 e 80, quando houve políticas para
ajudar as mulheres a entrar no mercado de trabalho; o segundo, quando se
adotaram medidas mais centradas nos homens, assegurandolhes licenças de
paternidade. Já percebemos que, nas famílias em que o pai tira uma licença de
paternidade, há uma maior probabilidade de se ter mais uma criança.
- Há quem diga que, em Portugal, é mais fácil pôr as mulheres a trabalhar fora de
casa do que os homens a lidar com a vida doméstica e familiar. O mesmo acontece
na Suécia?
- Sim, as coisas mudaram por essa ordem. Primeiro, assistimos à entrada das
mulheres no mercado de trabalho e, depois, à mudança de papel dos homens na
família.
- Do seu conhecimento da situação portuguesa, que avaliação faz das políticas de
igualdade e de género?
- Parece-me que a situação é bastante mais promissora e orientada em direção ao
futuro do que a situação noutros países do Sul da Europa.
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