Noticias de Imprensa de 23 de Fevereiro de 2012 - Fesete

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Título: Carris precisa de 100
milhões por ano para
financiar a dívida
Data: 23-02-2012
Fonte: Jornal Negócios Página: 12
Autor: ALEXANDRA NORONHA C/ Foto | Cor
TRANSPORTES
Carris precisa de 100 milhões por ano para financiar a dívida
Empresa conseguiu reduzir os prejuízos em 30% em 2011
ALEXANDRA NORONHA
anoronha@negocios.pt
A Carris precisa de 100 milhões de euros por ano para financiar a dívida. Segundo
adiantou ontem o presidente da transportadora, Silva Rodrigues, durante a
apresentação de resultados de 2011 da empresa, a Carris gastou com o serviço da
dívida 99,6 milhões de euros no ano passado.
Este valor deverá replicar-se nos próximos anos, sendo que o presidente da empresa
revelou que o máximo que a Carris tem conseguido são empréstimos a 90 dias e
mesmo esses são raros. Ou seja, a maioria da dívida está a ser contraída e 30 e a
60 dias por consórcios de bancos, sobretudo estrangeiros. Em 2011, a empresa
pagou 55 milhões de euros em juros.
A empresa apresentou uma dívida de 693,3 milhões euros em 2011, mais 20 milhões
de euros dos que os 673,6 milhões que contraiu em 2010.
Por outro lado, a transportadora aumentou os proveitos pela prestação de serviços
em 3,6 milhões de euros, para 86,4 milhões de euros. Apesar disso, a transportadora
continuou a apresentar prejuízos, mas que reduziu em 30% face a 2010. Assim o
resultado líquido da empresa atingiu os 29,3 milhões negativos face aos 42,2 milhões
negativos de 2010. A empresa conseguiu resultados operacionais de 15,1 milhões
face aos 17,7 milhões negativos de 2010, sendo que o EBITDA foi de 34,5 milhões
positivos, uma melhoria considerável, face aos 2,8 milhões obtidos em 2010.
Os resultados financeiros agravaram-se em 80% para 44,5 milhões negativos, o que
acaba por anular as melhorias operacionais da empresa. A dívida histórica da Carris,
em linha com a das restantes empresas de transportes, está a ser tratada pelo
Governo no âmbito da reestruturação da dívida pública.
Silva Rodrigues deu ainda conta que a Carris prevê que saiam 300 pessoas da
empresa, no âmbito da reestruturação da transportadora. "Estamos a pagar um valor
razoável, entre 20 e 25 mil euros", disse o responsável, explicando que dessas 300,
100 já estão concretizadas.
A transportadora escolheu a figura das rescisões voluntárias e das reformas
antecipadas para levar a cabo o processo, que se deve ao facto destes
trabalhadores serem "excedentários", segundo Silva Rodrigues. Aliás, o grupo de