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Noticias de Imprensa de 23 de Fevereiro de 2012 - Fesete

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C GTP - C onf e d er aç ão Ge r al d os Tr a b al ha d o re s<br />

Por tu gu es es | K nowl edge B as ed P ortal<br />

Título: HISTÓRIAS DE VIDA DE 228<br />

TRABALHADORES<br />

INDEMNIZADOS 12 ANOS<br />

DEPOIS<br />

Data: <strong>23</strong>-02-<strong>2012</strong><br />

Fonte: Jornal Notícias Página: 1/16/17<br />

Autor: Ana Trocado Marques C/ Foto | PB<br />

HISTÓRIAS DE VIDA DE 228 TRABALHADORES INDEMNIZADOS 12 ANOS<br />

DEPOIS<br />

Ana Trocado Marques<br />

Doze anos após o fecho da têxtil Nórdica, <strong>de</strong> Vila do Con<strong>de</strong>, os 228 trabalhadores<br />

receberam ontem as in<strong>de</strong>mnizações. Mas levaram menos <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do que tinham<br />

direito: 1,2 milhões <strong>de</strong> euros. "É uma miséria, mas é melhor do que nada".<br />

À porta do Tribunal <strong>de</strong> Gaia, Bertelina Giesteira sorri, abanando o cheque. "Nesta<br />

altura <strong>de</strong> crise, o dinheiro vem mesmo a calhar", explica, ao JN, António Oliveira. A<br />

têxtil vila-con<strong>de</strong>nse <strong>de</strong>ixou-lhe "muitas sauda<strong>de</strong>s": ali per<strong>de</strong>u dias <strong>de</strong> férias, fez<br />

turnos <strong>de</strong> 16 horas, trabalhou "como um mouro", mas <strong>de</strong> nada se arrepen<strong>de</strong>.<br />

"Éramos uma família e trabalhávamos com gosto", recorda.<br />

Na altura que a têxtil faliu, ficar <strong>de</strong>sempregado com 51 anos foi "muito complicado".<br />

Veio embora da Nórdica em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1999, ao fim <strong>de</strong> <strong>23</strong> anos como motorista e<br />

funcionário <strong>de</strong> armazém. Agora, continua a contar, mostrando o cheque, recebeu 573<br />

2 euros. "É pouquinho, mas É a vida".<br />

"Foi um processo muito conturbado: primeiro, a fábrica foi vendida quase <strong>de</strong> graça;<br />

<strong>de</strong>pois, só o primeiro gestor judicial cobrou 148 mil euros e nem sequer levou o caso<br />

até ao fim. Não sobrou quase nada", explica Fernando Gomes. Sem nunca ter<br />

trabalhado na Nórdica, a experiência amealhada enquanto porta-voz dos<br />

trabalhadores no processo <strong>de</strong> falência da Fábrica <strong>de</strong> Min<strong>de</strong>lo, levou-o, há pouco<br />

menos <strong>de</strong> um ano, a ser escolhido para representar o pessoal da Nórdica, quando o<br />

processo <strong>de</strong> falência se arrastava em tribunal e parecia teimar em não sair do sítio.<br />

Um ano <strong>de</strong>pois, chegou o dinheiro. Pouco, é certo. Mas chegou.<br />

Fernando Gomes acompanhou, ontem, o grupo <strong>de</strong> quase duas centenas <strong>de</strong> pessoas<br />

que, em quatro autocarros cedidos pela Câmara <strong>de</strong> Vila do Con<strong>de</strong>, rumou ao<br />

Tribunal do Comércio <strong>de</strong> Gaia para receber as in<strong>de</strong>mnizações. "A vitória dos<br />

trabalhadores da Nórdica" - lia-se nos papéis, colados no vidro da frente. "Sim,<br />

porque é uma vitória, ao fim <strong>de</strong> doze anos", <strong>de</strong>sabafam.<br />

Pelo caminho, muitos faleceram sem nunca ter visto cor do dinheiro <strong>de</strong> uma vida <strong>de</strong><br />

trabalho. Houve quem passasse necessida<strong>de</strong>s, quem quase <strong>de</strong>sesperasse, quem já<br />

não tivesse esperança <strong>de</strong> alguma vez ver um tostão. Ontem, <strong>de</strong> cheques na mão, à<br />

porta do Tribunal, houve sorrisos e lágrimas.<br />

[TRÊS HISTÓRIAS]

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