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Manual de Leprologia - BVS Ministério da Saúde

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– 13 –<br />

Observações <strong>de</strong> JULIANO MOREIRA, ROQUETE PINTO, SOUZA<br />

ARAÚJO, OLINTO ORSINI e outros <strong>de</strong>monstram o fato.<br />

A lepra aportou ao Brasil com os primeiros colonizadores<br />

portugueses, principalmente açorianos, e para sua disseminação bastante<br />

contribuiram os escravos africanos. Entretanto, outros povos<br />

posteriormente concorreram para a sua expansão.<br />

Assim, no sul do país como assevera BASSEWITZ, foram<br />

encontrados doentes <strong>de</strong> lepra provenientes <strong>de</strong> Portugal, Espanha, França,<br />

Russia e Países Balcânicos.<br />

A lepra entrou por vários pontos do litoral, sendo interressante<br />

notar que alguns focos se ampliaram enquanto outros muito se reduziram<br />

e alguns mesmo <strong>de</strong>sapareceram.<br />

ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA<br />

As primeiras providências com relação ao Mal <strong>de</strong> HANSEN foram<br />

assim toma<strong>da</strong>s no Recife, em 1714, com a fun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> um asilo para<br />

doentes <strong>de</strong> lepra, pelo Padre ANTÔNIO MANOEL a quem cabe a glória <strong>de</strong><br />

ser o precursor <strong>da</strong> campanha no Brasil. Êsse asilo <strong>de</strong>u origem ao Hospital<br />

<strong>de</strong> Lázaros em 1789 que funcionou até 1941 sob a administração <strong>da</strong> Santa<br />

Casa.<br />

Segundo nos relata FERNANDO TERRA, os primeiros doentes <strong>de</strong><br />

lepra foram observados no Rio <strong>de</strong> Janeiro em 1600. Já em 1737, há<br />

referências à existência <strong>de</strong> 300 doentes do mal <strong>de</strong> HANSEN.<br />

De 1698 a 1740 o Governador e o Senado <strong>da</strong> Câmara do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro procuraram, em vão, obter <strong>da</strong> Corôa Portuguesa a instalação <strong>de</strong><br />

um asilo para leprosos na antiga Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora. Então, em<br />

1741, o Capitão General GOMES FREIRE DE ANDRADE, Con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Boba<strong>de</strong>lla, Governador do Rio <strong>de</strong> Janeiro, mandou edificar, por conta<br />

própria, em São Cristóvão, as primeiras habitações tóscas para recolher os<br />

doentes <strong>de</strong> lepra, mantidos por êle até a sua morte.<br />

Do asilo surgiu o Hospital <strong>de</strong> Lázaros que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1763 está a cargo<br />

<strong>da</strong> Irman<strong>da</strong><strong>de</strong> do S.S. <strong>da</strong> Can<strong>de</strong>lária, tendo agora a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong><br />

Hospital Frei Antônio, em homenagem ao Bispo D. ANTÔNIO DO<br />

DESTÊRRO.<br />

A Bahia foi um dos gran<strong>de</strong>s focos no passado. Em 1789<br />

calculavam-se em 3.000 os doentes <strong>de</strong> lepra. A situação já era tão grave<br />

que D. RODRIGO JOSÉ DE MENEZES, não tendo conseguido apôio <strong>da</strong> corôa,<br />

fundou em 1787, com auxílio do

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