Manual de Leprologia - BVS Ministério da Saúde
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– 51–<br />
Processo inflamatório exsu<strong>da</strong>tivo: – Na lepra lepromatosa com<br />
certa freqüência, po<strong>de</strong>mos encontrar surtos inflamatórios exsu<strong>da</strong>tivos<br />
periódicos, que se exteriorizariam clìnicamente sob as formas <strong>de</strong> Eritema<br />
nodoso e Eritema polimorfo. Êsses aspectos po<strong>de</strong>m iniciar um quadro<br />
lepromatoso ou po<strong>de</strong>m acompanhá-lo durante a sua evolução. Nestes<br />
casos temos em geral em tôrno <strong>de</strong> pequenos aglomerados <strong>de</strong> células <strong>de</strong><br />
VIRCHOW uma reação exsu<strong>da</strong>tiva caracteriza<strong>da</strong> pela presença <strong>de</strong><br />
polimorfonucleares.<br />
Nos casos <strong>de</strong> lepra tuberculói<strong>de</strong> reacional também po<strong>de</strong>m ser<br />
observados discretos focos <strong>de</strong> inflamação exsu<strong>da</strong>tiva.<br />
b) Inflamação granulomatosa<br />
Estrutura lepromatosa: – Descreveremos o leproma típico como<br />
padrão e em segui<strong>da</strong> chamaremos a atenção para certos aspectos atípicos.<br />
O leproma é em geral uma infiltração maciça atingindo pràticamente tô<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong>rme e constituí<strong>da</strong> quase que exclusivamente por histiócitos; êstes,<br />
dispostos <strong>de</strong> maneira compacta, apresentam no citoplasma grânulos <strong>de</strong><br />
substância lipídica, que é evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> nos cortes em congelação corados<br />
pelo Sudão III ou Escarlate R; êsses grânulos lipídicos, nessas colorações,<br />
apresentam-se côr <strong>de</strong> abóbora contrastando com a coloração avermelha<strong>da</strong><br />
dos lipídios normais <strong>da</strong>s células adiposas e <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> córnea. Nos cortes<br />
em parafina, êsses histiócitos apresentam vacuolização do citoplasma (as<br />
gotas <strong>de</strong> lipídio foram dissolvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ixando a imagem negativa vacuolar);<br />
êsses elementos, conhecidos com o nome <strong>de</strong> células <strong>de</strong> VIRCHOW ou<br />
leprocitos, são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões e apresentam o núcleo mais ou<br />
menos recalcado para a periferia. O que caracteriza o infiltrado<br />
lepromatoso é pois a célula <strong>de</strong> VIRCHOW. Chamamos a atenção para o<br />
fato <strong>de</strong> não encontrarmos nas lesões recentes a <strong>de</strong>generação lipídica<br />
intracitoplasmática (5% do nosso material); nêstes casos o aspecto é o <strong>de</strong><br />
um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro histiocitoma, pois nos cortes corados pela hematoxilinaeosina<br />
só se observa uma proliferação, mais ou menos acentua<strong>da</strong>, <strong>de</strong><br />
histiócitos com tô<strong>da</strong>s as suas características clássicas. Em muitos<br />
lepromas antigos há uma certa tendência a transformação fibroblástica, <strong>de</strong><br />
modo que o aspecto histológico é o <strong>de</strong> uma fibroma, do qual difere pela<br />
presença entre os fibroblastos <strong>de</strong> um número maior ou menor <strong>de</strong> células<br />
<strong>de</strong> VIRCHOW.<br />
Em maior ou menor número encontram-se com freqüência<br />
apreciável, plasmócitos e linfócitos; raramente são vistas