Manual de Leprologia - BVS Ministério da Saúde
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extremamente característica. Esta evolução <strong>da</strong> neurite troncular sòmente<br />
tem sido observa<strong>da</strong> na forma tuberculói<strong>de</strong> <strong>da</strong> doença, e resulta <strong>da</strong><br />
coliquação duma estrutura tuberculói<strong>de</strong> do nervo.<br />
A neurite leprosa provoca distúrbios <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, motrici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e trofici<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Distúrbios sensitivos<br />
a) Hiperestesias<br />
São sempre consequência do processo irritativo-inflamatório <strong>da</strong>s<br />
fibras sensitivas. Quando participam <strong>da</strong> inflamação sòmente terminações<br />
periféricas, os sintomas são mais ou menos vagos: formigamentos,<br />
pica<strong>da</strong>s, latejamentos, etc. Mas se um tronco é apanhado há, comumente,<br />
neuralgias violentas acompanhando o progredir do espessamento.<br />
Também a palpação do segmento lesado <strong>de</strong>sperta dôres fortes que se<br />
propagam para as extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do nervo.<br />
A fase hiperestésica cutânea po<strong>de</strong> passar <strong>de</strong>spercebi<strong>da</strong> pelo<br />
enfêrmo.<br />
b) Anestesias<br />
Representam o bloqueio <strong>da</strong> percepção sensorial <strong>de</strong>vido a lesões<br />
<strong>de</strong>generativas nos receptores e fibras aferentes. A anestesia não se instala<br />
bruscamente e nem abrange, <strong>de</strong> início, a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
específicas. Há, frequentemente, dissociação. As primeiras queixas dos<br />
enfermos – “pele esqueci<strong>da</strong>”, “amorteci<strong>da</strong>”, e outras semelhantes – são<br />
bem significativas e já traduzem anestesia regional. Estas sensações<br />
costumam ser os primórdios sintomáticos <strong>da</strong> lepra; e o doente, ao<br />
percebê-las, torna-se prêsa <strong>de</strong> angústia, bem compreensível, que o faz<br />
experimentar sua sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> cutânea a ponto <strong>de</strong> queimar-se.<br />
Pelo exame <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> cutânea po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>limitar zonas<br />
anestésicas. A anestesia, na lepra, inicia-se frequentemente pelas<br />
extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos membros e costuma ser simétrica. A forma <strong>da</strong> zona<br />
anestésica é característica: sempre em faixa, nunca do tipo segmentar<br />
como na siringomielia. Nos casos suficientemente adiantados, quando a<br />
anestesia se espa-<br />
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