Manual de Leprologia - BVS Ministério da Saúde
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em geral, concorra, juntamente com outros fatôres, para favorecer a<br />
disseminação <strong>da</strong> lepra nas populações mal alimenta<strong>da</strong>s.<br />
O papel do alimento contaminado pelo bacilo <strong>de</strong> HANSEN na<br />
transmissão <strong>da</strong> lepra ain<strong>da</strong> não pô<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstrado cientìficamente.<br />
Moléstias <strong>de</strong>bilitantes – Admite-se que as doenças crônicas<br />
<strong>de</strong>bilitantes (malária, verminoses etc.), tão comuns nos países leprógenos,<br />
exerçam algum papel na expansão <strong>da</strong> lepra, embora não se tenha nenhuma<br />
prova em favor <strong>de</strong>ssa hipótese.<br />
b) Sociológicos<br />
Miséria – A ausência ou o baixo nível <strong>de</strong> civilização dos povos<br />
sub-<strong>de</strong>senvolvidos, pela miséria que atinge a maioria dos seus habitantes,<br />
é um dos principais fatôres para a disseminação <strong>da</strong> lepra.<br />
Com efeito, a falta <strong>de</strong> higiene pessoal, do vestuário e domiciliar, o<br />
modo primitivo <strong>de</strong> habitação e a mais completa promiscui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />
população, propiciam condições favoráveis ao contágio, ain<strong>da</strong> mais que a<br />
elas se associa a sub-alimentação permanente que, em geral, reina nessas<br />
áreas.<br />
Costuma-se mesmo dizer que a civilização é a principal inimiga <strong>da</strong><br />
lepra, concorrendo, ela só, com a maior parcela para a completa<br />
erradicação dêsse flagelo médico-social.<br />
Guerras e convulsões sociais – Não po<strong>de</strong> ser sub-estimado o papel<br />
que <strong>de</strong>sempenham as guerras ou revoluções internas na eclosão ou<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> en<strong>de</strong>mia leprótica, não só pelas migrações <strong>de</strong> tropas<br />
para zonas <strong>de</strong> elevado índice <strong>de</strong> prevalência, que aí têm oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
se contaminar, como também pelas consequências médico-sociais <strong>de</strong><br />
movimentos <strong>de</strong>ssa natureza.<br />
Êsse fenômeno tem sido observado em tô<strong>da</strong>s as épocas e mais<br />
recentemente, durante a 2. a Guerra Mundial, cujo campo <strong>de</strong> ação<br />
abrangeu áreas <strong>de</strong> forte en<strong>de</strong>mici<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Migrações – A movimentação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s massas humanas <strong>de</strong> um<br />
país para outro, como <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mesmo país, tem sido aponta<strong>da</strong>, com<br />
justas razões, como uma <strong>da</strong>s causas <strong>de</strong> disseminação <strong>da</strong> lepra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a era<br />
pré-cristã.<br />
No Brasil temos vários exemplos <strong>de</strong>ssa ocorrência, quando <strong>da</strong><br />
intensa migração para a Amazônia durante a época áurea <strong>da</strong> extração <strong>da</strong><br />
borracha e, agora, com o afluxo <strong>de</strong>