Manual de Leprologia - BVS Ministério da Saúde
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côr varia nos tons vermelhos segundo a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s lesões, tem limites<br />
precisos para o lado adjacente à pele sã, ao contrário do lado oposto, o<br />
qual se confun<strong>de</strong>, insensivelmente, com a zona regressiva. Quanto mais<br />
ràpi<strong>da</strong>mente se <strong>de</strong>r a regressão, tanto mais se estreitará a bor<strong>da</strong>dura<br />
infiltra<strong>da</strong>.<br />
Quando as lepri<strong>de</strong>s atingem maior tamanho, dá-se a<br />
discontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> marginal e os elementos arciformes, assim constituidos,<br />
ao se unirem com outros circunvizinhos, dão à lesão aspecto figurado.<br />
Com frequência, as lepri<strong>de</strong>s inva<strong>de</strong>m gran<strong>de</strong>s áreas cutâneas. Vêse,<br />
assim, o conjunto eruptivo tomar o aspecto vestimentar: <strong>de</strong> manga,<br />
quando cobrem espáduas e braços (“manche raglan” <strong>de</strong> BAUTRIEZ e<br />
BOEZ); <strong>de</strong> colete ou perneira, quando envolvem flancos e pernas.<br />
Nas regiões cuja superfície é percorri<strong>da</strong> por altos e baixos, como<br />
na face, as lepri<strong>de</strong>s vão-se a<strong>da</strong>ptando às variações do relêvo<br />
intrometendo-se nos sulcos e galgando elevações (“comme une muraille<br />
<strong>de</strong> Chine”, no dizer <strong>de</strong> MONTEL). Outra particulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> progressão é a<br />
observa<strong>da</strong> por ARGEMIRO SOUZA: “as lesões <strong>da</strong> lepra tuberculói<strong>de</strong><br />
procuram as cavi<strong>da</strong><strong>de</strong>s”. Esta tendência explica as localizações<br />
pericavitárias, muito frequentes, on<strong>de</strong> o ataque à mucosa é a<br />
consequência.<br />
Certos aspectos regionais <strong>da</strong>s lepri<strong>de</strong>s merecem menção: verrucoso<br />
ou queratodérmico, na palma <strong>da</strong>s mãos e planta dos pés; ragadiformes,<br />
nos seios, escroto e prepúcio.<br />
b) Tuberculói<strong>de</strong>s reacionais<br />
São forma<strong>da</strong>s por nódulos, placas e lesões eritrodérmicas.<br />
Os nódulos, com diâmetro oscilando em tôrno <strong>de</strong> 1 cm., <strong>de</strong> matizes<br />
variando do vermelho-violáceo ao vinhoso, mais ou menos hemisféricos,<br />
superficialmente localizados na <strong>de</strong>rme, são geralmente suculentos e duros<br />
à palpação. As placas, freqüentemente muito infiltra<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> tamanho<br />
variável, <strong>de</strong>limitam-se níti<strong>da</strong>mente na pele sã. Variam, na côr, do<br />
vermelho-violáceo ao tom vinhoso ou acastanhado, segundo o período<br />
evolutivo. Essas eflorescências, na maioria <strong>da</strong>s vêzes, coexistem no<br />
mesmo doente e têm certas particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> localização bastante<br />
típicas <strong>da</strong> forma reacional. As lesões <strong>da</strong> face são constantes e preferem as<br />
regiões malares, superciliares, mento e lábios. Quando se <strong>de</strong>senvolvem<br />
nas duas primeiras regiões do mesmo lado, é frequente fundirem-se numa<br />
só placa, que circun<strong>da</strong> o ôlho correspon<strong>de</strong>nte, comprometendo as<br />
pálpebras e, não raro,