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Manual de Leprologia - BVS Ministério da Saúde

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<strong>de</strong> LUTZ-UNNA, também fortemente cora<strong>da</strong>s, fazem saliência ao longo do<br />

corpo; o número <strong>de</strong>ssas granulações varia e os aspectos que a sua<br />

presença <strong>de</strong>termina são òbviamente diversos: os bastonetes po<strong>de</strong>m se<br />

assemelhar a uma clava quando apenas existe uma granulação na<br />

extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou a halteres, quando se vê uma em ca<strong>da</strong> extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

bacilo; em certos casos notam-se, ao longo do corpo bacilar, três ou mais<br />

granulações. Via <strong>de</strong> regra, e raramente aliás, quando há uma pequena<br />

ramificação, esta se implanta sempre em uma <strong>da</strong>s granulações. Parece que<br />

essas formações, quando o bacilo envelhece e se <strong>de</strong>sintegra, persistem e<br />

dão origem aos grânulos, que na rotina <strong>da</strong> microscopia clínica, são<br />

<strong>de</strong>nominados poeira bacilar. Há bacilos curtos, chegando quase à forma<br />

cocobacilar. É possível ver, em certas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, bacilos ligados um<br />

ao outro pela extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> e isto <strong>de</strong>ixa supôr que esta seja a fase <strong>de</strong><br />

divisão <strong>da</strong> bactéria, que se processaria por septação transversal.<br />

Um outro aspecto morfológico, relativamente comum nos casos <strong>de</strong><br />

lepra em regressão, é aquêle em que o bastonete se apresenta como se<br />

fôsse constituído <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> granulações bem cora<strong>da</strong>s, separa<strong>da</strong>s<br />

uma <strong>da</strong> outra por espaço claro. Neste caso, quando os bastões são longos,<br />

semelham-se grosseiramente a uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> cocos e, quando mais curtos<br />

contendo um grânulo em ca<strong>da</strong> polo e o centro <strong>de</strong>scorado, parecem-se a<br />

uma naveta.<br />

Em esfregaços feitos com o mesmo material, tô<strong>da</strong>s essas formas<br />

po<strong>de</strong>m coexistir. Morfológica e tintorialmente, consi<strong>de</strong>rado ca<strong>da</strong> bacilo <strong>de</strong><br />

“per si”, não é possível distinguir o bacilo <strong>da</strong> lepra <strong>da</strong>s outras<br />

micobactérias. Há, no entretanto, uma circunstância que permite fazer<br />

<strong>de</strong>finitivamente o diagnóstico pelo microscópio. É quando se observa<br />

uma globia, formação esta muito característica do “Mycobacterium<br />

leprae” e que consiste na arrumação regular e concêntrica <strong>de</strong> número<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> bacilos, os quais assim se mantêm sustentados por meio <strong>de</strong> uma<br />

substância que não apanha coloração por nenhum processo conhecido,<br />

não se altera pela influência dos enzimas, nem dos ácidos, nem dos<br />

álcalis, ou pela trituração, ou pelo efeito <strong>de</strong> on<strong>da</strong>s ultrassônicas, etc.<br />

A globia po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> tamanho variado, oscilando seu diâmetro<br />

mais freqüentemente entre 10 e 100 micros. Tanto po<strong>de</strong> ela ser constituí<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> bacilos compactos, como <strong>de</strong> bacilos granulosos e, algumas vêzes, dá a<br />

impressão <strong>de</strong> conter apenas grânulos. Não <strong>de</strong>vem ser as globias<br />

confundi<strong>da</strong>s com simples

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