Manual de Leprologia - BVS Ministério da Saúde
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Lepra lepromatosa reacional: Deve-se distinguir duas formas:<br />
1 – Reação leprosa (<strong>da</strong> qual há talvez duas ou mais varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s)<br />
consiste principalmente na agravação <strong>da</strong>s, lesões cutâneas preexistentes,<br />
habitualmente acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong> febre e propagação dos processos<br />
lepromatosos.<br />
2 – Eritema nodoso leproso: Caracteriza-se pela aparição <strong>de</strong><br />
nodosi<strong>da</strong><strong>de</strong>s eritematosas sub-cutâneas às vêzes com febre; êste, via <strong>de</strong><br />
regra, tem prognóstico favorável.<br />
Existe um quadro especial conhecido como “fenômeno <strong>de</strong> Lúcio”<br />
ou “eritema necrotisante”, que se produz sòmente na lepra lepromatosa<br />
difusa, sobretudo no México e América Central.<br />
Lepra tuberculói<strong>de</strong> reacional: Lesões infiltra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> aparência ativa<br />
e suculenta, sem regressão central, origina<strong>da</strong>s bruscamente em lesões<br />
tuberculói<strong>de</strong>s maiores ou em lesões <strong>de</strong> menor grau (tuberculói<strong>de</strong>s<br />
menores ou ain<strong>da</strong> in<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s) ou em lugares não prèviamente<br />
afetados. Em alguns casos po<strong>de</strong>m aparecer nódulos <strong>de</strong> origem<br />
hematógena mais ou menos numerosos e amplamente disseminados. As<br />
lesões dos troncos nervosos periféricos po<strong>de</strong>m se acentuar chegando a<br />
produzir necrose e até formação <strong>de</strong> abcessos. Bacteriològicamente,<br />
enquanto as lesões cutâneas são positivas (algumas vêzes <strong>de</strong> modo<br />
intenso), a mucosa nasal, via <strong>de</strong> regra, permanece negativa. Durante a<br />
reação, a resposta à lepromina po<strong>de</strong> <strong>de</strong>crescer <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Geralmente<br />
não há febre nem outros sintomas gerais.<br />
Reação em casos dimorfos (Bor<strong>de</strong>rline) – Aqui as lesões se tornam<br />
intensamente e<strong>de</strong>matosas e <strong>de</strong>scamativas; a reação se esten<strong>de</strong><br />
frequentemente aos nervos, sobrevindo dores e transtornos funcionais<br />
nervosos. As lesões cutâneas po<strong>de</strong>m se ulcerar superficialmente durante<br />
êste período, e algumas vêzes <strong>de</strong> modo extenso e profundo; a pele se<br />
apresenta muito sensível. Bacteriològicamente as lesões são intensamente<br />
positivas. A lepromino-reação habitualmente é negativa.<br />
A CLASSIFICAÇÃO NO CONGRESSO DE TÓQUIO<br />
No último Congresso Internacional <strong>de</strong> <strong>Leprologia</strong>, Tóquio, 1958,<br />
permaneceram sem alteração a Classificação e as