Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório
Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório
Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
quintuplica<strong>da</strong>, sugere Wasow. Mesmo isso seria menos de um terço do aumento registrado no<br />
século passado.<br />
O que é, então, que o profundo nexo entre desenvolvimento econômico e consumo energético<br />
significam para o futuro <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de? A resposta é que ele aponta para quatro grandes<br />
questões. Primeiro, de onde provirá to<strong>da</strong> essa energia? Segundo, o que isso significa para a<br />
segurança energética? Terceiro, no que implica ele para nossa capaci<strong>da</strong>de de enfrentar a<br />
ameaça de mu<strong>da</strong>nça climática? E, por último, de que maneira pode a política econômica <strong>da</strong>r<br />
sua contribuição? Pretendo abor<strong>da</strong>r essas questões em colunas futuras. Mas um ponto já está<br />
claro: se alguém acredita que será fácil reduzir o consumo energético mundial está sonhando.<br />
Valor Econômico - 29/05/<strong>2006</strong><br />
ANEXO 18<br />
PETROBRAS FAZ NOVOS ESTUDOS SOBRE A VIABILIDADE DO H-BIO<br />
A Petrobras começa a aprofun<strong>da</strong>r nos próximos dias os testes sobre a viabili<strong>da</strong>de econômica<br />
do H-Bio - novo combustível derivado <strong>da</strong> mistura de um óleo vegetal com o petróleo que foi<br />
anunciado pelo governo federal como alternativa para o suprimento de diesel a partir dos<br />
próximos dois anos.<br />
Segundo Sylvestre de Vasconcelos Calmon, gerente de tecnologia de refino <strong>da</strong> Petrobras e<br />
responsável pelos testes com o H-Bio, as próximas baterias serão realiza<strong>da</strong>s nas refinarias de<br />
Betim (MG) e Araucária (PR). "Serão feitos testes em outras refinarias e sob outras condições<br />
para avaliar o custo logístico para a produção em escala industrial", disse ele.<br />
Conforme o gerente, os primeiros estudos foram realizados na Refinaria Gabriel Passos<br />
(Regap), onde foi confirma<strong>da</strong> a viabili<strong>da</strong>de técnica do biocombustível. "É cedo para falar em<br />
economici<strong>da</strong>de. As nossas plantas não foram construí<strong>da</strong>s para receber óleo vegetal".<br />
Ele observa que hoje as refinarias não têm estrutura adequa<strong>da</strong> para receber o óleo vegetal.<br />
Não há cálculos sobre o custo de transporte do produto até as refinarias - diferentemente do<br />
diesel, que segue por dutos, o H-Bio terá de ser transportado por rodovias. Foi justamente por<br />
saber que essa estrutura de transporte não existe que nos testes já realizados a Petrobras optou<br />
pelo percentual de 10% de mistura de óleo vegetal com petróleo - volume máximo de óleo<br />
vegetal que a refinaria conseguiria receber nas condições atuais.<br />
Na produção do H-Bio, o petróleo e o óleo vegetal passam por um processo químico com o<br />
hidrogênio - <strong>da</strong>í o "H" -, formando um combustível com as mesmas características do diesel<br />
derivado de petróleo, mas com menor teor de enxofre. Conforme cálculos <strong>da</strong> Petrobras, a<br />
adoção <strong>da</strong> mistura de 10%, que não implica investimentos em infra-estrutura <strong>da</strong>s refinarias,<br />
poderá gerar uma deman<strong>da</strong> por óleo vegetal equivalente a 256 milhões de litros por ano. Isso<br />
se o H-Bio for adotado de maneira regular, o ano todo, e a mistura se tornar obrigatória - duas<br />
variáveis que ain<strong>da</strong> não estão defini<strong>da</strong>s.<br />
"A Petrobras poderá processar o H-Bio ou não, dependendo <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> no momento,<br />
dependendo do preço do óleo, do preço do petróleo. Será uma decisão gerencial basea<strong>da</strong> em<br />
preços", pondera Calmon, esclarecendo que se trata de um programa complementar ao<br />
programa nacional de biodiesel e sem a obrigatorie<strong>da</strong>de de uma produção fixa.<br />
O anúncio do novo combustível pelo governo federal foi recebido com grande otimismo por<br />
representantes <strong>da</strong> cadeia produtiva <strong>da</strong> soja. A Associação Brasileira de Agribusiness (Abag)<br />
100