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Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório

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elações inserem-se no enfoque ecológico, de responsabili<strong>da</strong>de e interlocução, onde campos<br />

vibratórios e energéticos tomam parte nas interações físicas, já que o ser humano é feito de matérias<br />

densas e sutis.<br />

A estética além de simbolismo é lógica comunicacional que nos faz “sentir juntos”, vibrar,<br />

experimentar coletivamente, trocar com o outro, afetar e deixar-nos afetar. Além disso, é permitir-se e<br />

dedicar-se ao desenvolvimento e refinamento dos sentidos, que nos colocam diante do mundo, e nos<br />

possibilitam tanto receber quanto emanar vibrações.<br />

Maffesoli(1996) diz que a estética é um compartilhamento, um “imperativo vital” em que mesmo na<br />

ordem epistemológica, a razão é invadi<strong>da</strong> pela imaginação; assim, pensamento e sentimentos atuam<br />

juntos. O inteligível e o sensível se complementam, e o que importa é o presente eterno, o do mito e o<br />

do simbolismo – sinergia que abor<strong>da</strong> a reali<strong>da</strong>de ou surreali<strong>da</strong>de como símbolo vivo. A estética pode<br />

ser entendi<strong>da</strong> como a facul<strong>da</strong>de de sentir em comum, uma vez que conforme Kant(1929) já não nos<br />

atemos ao objeto estético como tal, mas ao processo que nos faz admirar, contemplar as coisas.<br />

Pela via <strong>da</strong> estética, podemos entender a arte não apenas como uma racionali<strong>da</strong>de abstrata, mas um<br />

fato existencial, uma conjunção total que apreende o objeto estético de corpo inteiro. Entender a<br />

estética como “Estesia” que rompe com a “anestesia” do dia-a-dia, nos possibilitando o<br />

reencantamento do mundo, onde a arte penetra a vi<strong>da</strong> e a vi<strong>da</strong> a arte - nesse sentido a vi<strong>da</strong> passa a ser<br />

uma obra de arte. Além disso, esse “sentir com”, se constitui em fator de politização, além de<br />

componente ético de formação do indivíduo; concepção que vincula a corporali<strong>da</strong>de e as interações<br />

com a natureza e a cultura.<br />

À educação cabe transcender as atuais fronteiras disciplinares e conceituais, de forma que, nenhuma<br />

teoria ou modelo seja mais importante do que outro, pois ca<strong>da</strong> situação pode requerer um método<br />

diferenciado e, ain<strong>da</strong> assim, todos eles podem ser compatíveis. A educação ao transcender as barreiras<br />

disciplinares se volta ao sensível, assim vai pela via <strong>da</strong> transdisciplinari<strong>da</strong>de(Nicolescu,2001), pois<br />

está entre, através e para além de qualquer disciplina na busca do Ser Integral. O importante é ir além<br />

<strong>da</strong>s distinções disciplinares convencionais, qualquer que seja a linguagem adequa<strong>da</strong> para descrever<br />

diferentes aspectos <strong>da</strong>s múltiplas reali<strong>da</strong>des inter-relaciona<strong>da</strong>s.<br />

A espirituali<strong>da</strong>de nos remete à ampliação de consciência para uma abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, onde se<br />

passa de uma visão antropocêntrica à visão biocósmica, o que requer mu<strong>da</strong>nças do ser interno (autotransformação)<br />

ao mundo externo. Da ótica de uma ecologia rasa (visão de mundo alicerça<strong>da</strong> em<br />

valores antropocêntricos) à ecologia profun<strong>da</strong>. Conforme Capra, reconhecendo a interdependência<br />

fun<strong>da</strong>mental de todos os fenômenos, o observador percebe a conexi<strong>da</strong>de com o observado e com todo<br />

o cosmos, torna-se evidente que esta percepção é espiritual em sua essência mais profun<strong>da</strong>.<br />

As artes enquanto produtoras de conhecimento e estéticas, atravessa<strong>da</strong>s por essa dinâmica e inseri<strong>da</strong>s<br />

dentro desse contexto histórico-cultural complexo, procuram formas de expressão que potencializem<br />

humanamente o processo. A estética, a educação e a espirituali<strong>da</strong>de tornam-se possibili<strong>da</strong>des de<br />

transcendência pelo sensível, onde a emergência do sagrado pelo reencantamento do viver passa a ser<br />

experimentado pelas vivências estéticas, o que equivale a dizer, corporais e simbólicas (mitos e ritos).<br />

A abor<strong>da</strong>gem multidimensional coloca que somos capazes de transcendência e flexibili<strong>da</strong>de, que são<br />

poderes latentes. A palavra chave nessa abor<strong>da</strong>gem, dentro <strong>da</strong> concepção pe<strong>da</strong>gógica, é<br />

“autoconhecimento” enquanto crença no potencial humano, onde a evolução é constante e permanente<br />

na busca <strong>da</strong> ampliação <strong>da</strong> consciência, que começa com o processo de auto-transformação , trabalho<br />

sobre si, para a expressão fora de si, de maneira que o amor seja a mola mestra <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, pois amar é<br />

conhecer, não sendo possível conhecer sem amar.<br />

A aprendizagem e a educação ocorrem o tempo todo nas interações, na dialógica, na amorosi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

relações, na compreensão mútua, na soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de, nas atitudes de afetar e deixar-se afetar. De acordo<br />

com Maturana(1999), a educação vai ocorrer o tempo todo no convívio com o outro; de maneira<br />

recíproca, ocorre uma transformação estrutural, contingente com uma história no conviver e na troca<br />

afetiva.<br />

A Estética Vibracional pressupõe, portanto, uma concepção de educação com um enfoque<br />

epistemológico; em função <strong>da</strong> indissociabili<strong>da</strong>de existência-conhecimento, e outro existencial;<br />

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