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Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório

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E, justamente por causa do custo do transporte, ele está produzindo igualmente biodiesel a<br />

partir de soja, 19 milhões de litros, que também serão entregues à Petrobrás.<br />

O Estado de S. Paulo - 28/06/06<br />

ANEXO 16<br />

CANA CRESCE COMO FONTE ENERGÉTICA<br />

Álcool e cogeração representam 13,9% do total, perto dos 15% <strong>da</strong>s fontes de origem<br />

hidráulica. A cana-de-açúcar está muito próxima de se tornar a segun<strong>da</strong> principal fonte<br />

energética do País. Em 2005, graças ao aumento de 7,7% na produção de álcool, a cana já<br />

representou a terceira maior fonte de energia do Brasil, com 13,9% <strong>da</strong>s 218,6 milhões de<br />

tonela<strong>da</strong>s equivalentes de petróleo (tep) oferta<strong>da</strong>s no País, segundo o Balanço Energético<br />

Nacional, do Ministério <strong>da</strong>s Minas e Energia (MME). À frente <strong>da</strong> cana, só petróleo e<br />

derivados, com 38,4% <strong>da</strong> oferta total, e energia hidráulica e elétrica, com 15% - apenas 1,1<br />

ponto percentual de vantagem sobre a cana.<br />

De 1970, quando foi criado o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), até o ano passado, a<br />

produção de energia primária <strong>da</strong> cana saltou na<strong>da</strong> menos do que 744,4%, o que representa a<br />

média de 21,3% ao ano. "A oferta de energia <strong>da</strong> cana pode superar a hidráulica a partir de<br />

2010, quando dezenas de novas usinas entrarão em operação", opina Adriano Pires,<br />

especialista em energia e diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), com sede no<br />

Rio.<br />

Só o mercado interno de carros bicombustível, cuja frota deverá ultrapassar 5 milhões de<br />

uni<strong>da</strong>des ain<strong>da</strong> em 2009, justifica os investimentos para dobrar a produção de etanol para algo<br />

próximo a 28 bilhões de litros em 2010. Cinco milhões de carros consumindo uma média<br />

anual de 2,4 mil litros deman<strong>da</strong>riam 12 bilhões de litros de álcool hidratado. Mas ain<strong>da</strong> é<br />

preciso de álcool anidro para misturar à gasolina, na proporção de pelo menos 20%, e atender,<br />

se houver produção suficiente, a parte <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> de vários países do mundo que estão atrás<br />

do álcool de cana brasileiro.<br />

"Em ver<strong>da</strong>de, se o potencial de cogeração de energia elétrica através do bagaço <strong>da</strong> cana fosse<br />

devi<strong>da</strong>mente aproveitado, a oferta de energia <strong>da</strong> cana seria muito maior", declara Luiz Carlos<br />

Rubiano, presidente <strong>da</strong> Auston Consult, empresa de Ribeirão Preto especializa<strong>da</strong> em análise<br />

de viabili<strong>da</strong>de de negócios no setor sucroalcooleiro.<br />

Segundo Rubiano, os projetos de cogeração de energia por meio do bagaço <strong>da</strong> cana não<br />

decolaram devido às restrições de financiamento impostas pelo governo na criação do<br />

Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), em 2004. "As<br />

usinas do País poderiam estar vendendo, agora, pelo menos 2 mil MW de potência de energia<br />

do bagaço, mas o total pouco passa de 500 MW", diz.<br />

Técnicos <strong>da</strong> União <strong>da</strong> Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) afirmam que o<br />

potencial de cogeração <strong>da</strong>s usinas ultrapassa 15 mil MW, se usa<strong>da</strong>s tecnologias modernas e,<br />

além do bagaço, a palha <strong>da</strong> cana-de-açúcar.<br />

"Vários investidores em usinas de açúcar e destilarias de álcool decidiram postergar projetos<br />

de cogeração por meio do bagaço <strong>da</strong> cana devido às restrições no financiamento", diz<br />

Rubiano. Segundo ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)<br />

exige garantia de 130%, o que inibe o investimento.<br />

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