Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório
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Em 2003 quando foi lançado o programa brasileiro do biodiesel, a mamona foi eleita como a<br />
planta símbolo do biodiesel. Pela propagan<strong>da</strong> do programa podia-se plantar mamona do<br />
Oiapoque ao Chuí. Era plantar e colher lucros. Não se respeitou à vocação agrícola de ca<strong>da</strong><br />
região, o zoneamento agrícola, tipo de solo, entre outras questões elementares para o sucesso<br />
do plantio. Em resumo: Plante que o biodiesel garante. O resultado vimos, embora muito<br />
pouco divulgado, foram produtores com a mamona colhi<strong>da</strong>, preço abaixo do custo, poucos<br />
compradores, etc.etc. Plantou mamona ficou com o mico na mão.<br />
BALANÇO ENERGÉTICO DO BIODIESEL<br />
A utilização do novo combustível depende, entre outros fatores, de uma relação positiva entre<br />
a energia consumi<strong>da</strong> no processo de produção, e a energia disponibiliza<strong>da</strong> pelo combustível<br />
produzido. É fun<strong>da</strong>mental ter um balanço energético positivo para a utilização racional de<br />
derivados de biomassa como combustíveis.<br />
Por exemplo, estudos detalhados de custos energéticos conduzidos para o etanol no contexto<br />
brasileiro, indicam que para ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de de energia investi<strong>da</strong> na agroindústria canavieira,<br />
são produzi<strong>da</strong>s cerca de 8,3 uni<strong>da</strong>des de energia renovável. Comparativamente, nos EUA o<br />
etanol tem uma relação de apenas 1,3.<br />
No Brasil, alguns estudos precursores do balanço energético na produção de biodiesel foram<br />
realizados nos anos 80. Avaliando o biodiesel de soja, determinou-se uma relação<br />
produção/consumo de 1,42. Uma avaliação preliminar mais recente para o biodiesel de soja,<br />
sem ter em conta os subprodutos, estimou uma deman<strong>da</strong> energética de 30 MJ por litro de<br />
biodiesel, resultando em uma relação produção/consumo de 1,43.<br />
Outros estudos chegaram a um balanço energético de aproxima<strong>da</strong>mente 5,6 para o dendê, e de<br />
4,2 para a macaúba, o que confirma o potencial <strong>da</strong>s palmáceas como fonte de matéria-prima,<br />
ou seja, maior produtivi<strong>da</strong>de e disponibili<strong>da</strong>de de resíduos de valor energético.<br />
O Brasil dispõe de poucos estudos sobre o balanço energético do biodiesel. O tema é<br />
importante e deve ser melhor explorado para fun<strong>da</strong>mentar decisões corretas.<br />
O balanço energético <strong>da</strong> produção depende muito <strong>da</strong> matéria-prima e processos.<br />
ANEXO 14<br />
FÁBRICAS DE BIODIESEL<br />
FÁBRICAS<br />
A Biodiesel Eco Óleo foi uma pioneira no mercado e construiu a primeira usina de biodiesel<br />
em Chapadão do Céu – GO, trabalhando no sistema de escambo, através do uso cativo. O<br />
produtor “planta” seu biocombustível. A fábrica foi construí<strong>da</strong> em 2003, antes <strong>da</strong><br />
regulamentação do governo.<br />
Nas últimas duas déca<strong>da</strong>s houve um avanço respeitável nas pesquisas relativas ao biodiesel,<br />
assim, além dos vários testes de motores, algumas plantas piloto começaram a ser construí<strong>da</strong>s<br />
em diferentes ci<strong>da</strong>des. Recentemente, o biodiesel deixou de ser um combustível puramente<br />
experimental e passou para as fases iniciais de comercialização.<br />
RENDIMENTO DE ÓLEO DAS SEMENTES<br />
As oleaginosas promissoras para a produção do biodiesel, devem ter avalia<strong>da</strong>s suas reais<br />
potenciali<strong>da</strong>des técnicas e seus efeitos secundários como o aproveitamento dos seus<br />
subprodutos e em função desse diagnóstico, modelar essa produção, considerando as<br />
características <strong>da</strong> regionalização como sazonali<strong>da</strong>de e escala periódica, para definição de qual<br />
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