Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório
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agricultura, reflorestamento, químico, madeiro-moveleiro, construção, textil, coureirocalçadista<br />
e farmacêutico. De fato, a indústria biobasea<strong>da</strong> apresenta-se mais como uma<br />
economia emergente do que um simples ramo industrial.<br />
É imperiosa, quando fala-se em bioenergia, a visão integra<strong>da</strong> do uso <strong>da</strong> biomassa, isto é, com<br />
fonte de energia e como fonte de matérias-primas, através do desenvolvimento de processos<br />
tecnológicos que permitam a conversão de diferentes biomassas em biocombustíveis e<br />
bioprodutos.<br />
Ações Propostas<br />
Diversas formas de incentivos e apoios vêm sendo destinados a este segmento, sobretudo<br />
aqueles focados na questão energética (Programas Pró-Biodiesel e Agroenergia), com<br />
resultados eminentes. De forma complementar, propomos a definição de políticas de<br />
incentivos que conduzam ao estabelecimento de um mercado para os chamados produtos<br />
biobaseados. Esta é uma visão diversa à abor<strong>da</strong>gem tradicional, em que são direcionados<br />
recursos para P&D nas áreas de interesse, porém acreditamos ser altamente eficaz na<br />
consecução de seus objetivos, considerando a difícil conjuntura econômica de nosso Estado.<br />
As ações propostas traduzem-se nos seguintes eixos de atuação:<br />
1. Aquisição preferencial de produtos biobaseados<br />
Anualmente, o Rio Grande do Sul adquire, em seus diversos processos licitatórios, dezenas de<br />
milhares de Reais em materiais e serviços. Uma significativa parcela destes materiais, ou<br />
materiais empregados na execução dos serviços, são de origem fóssil ou não-renovável. Ao<br />
estabelecer-se a exigência ou preferência pelo emprego de produtos biobaseados, em<br />
substituição aos não-renováveis, colocar-se-á o Estado como um efetivo indutor de um<br />
mercado para uma nova classe de produtos, sem despender recursos além <strong>da</strong>queles já<br />
destinados às suas aquisições. Obviamente, a viabili<strong>da</strong>de desta exigência ou preferência deve<br />
ser pauta<strong>da</strong> por critérios técnicos.<br />
Um exemplo <strong>da</strong> aplicação deste princípio, onde todos os seus desdobramentos estão<br />
explicitados, é o “Federal Biobased Products Preferred Procurement Program – FB4P”<br />
(Programa Federal de Aquisição Preferencial de Produtos Biobaseados), em execução pelo<br />
Departamento de Estado Norte-Americano. As diretrizes deste programa estabelecem a<br />
preferenciabili<strong>da</strong>de ou obrigatorie<strong>da</strong>de na aquisição de uma série de insumos os quais serão,<br />
necessariamente, biobaseados. À medi<strong>da</strong> que novos produtos são apresentados ao mercado,<br />
uma comissão científica vincula<strong>da</strong> ao Departamento de Agricultura o analisa, caracterizandoo,<br />
ou não, como um “biobased”. Quando há somente um fabricante do produto biobaseado,<br />
sua aquisição é considera<strong>da</strong> “preferencial”.<br />
Quando houver um segundo fabricante e preços competitivos, sua aquisição passa a ser<br />
obrigatória. Outro ponto de destaque neste programa é o estabelecimento do critério de “custo<br />
global”, onde, além do preço do fornecimento propriamente dito, são computados também<br />
vários custos vinculados. Neste aspecto, o governo Norteamericano elaborou a plataforma<br />
“BEES - Building for Environmental and Economic Sustainability” (Construindo a<br />
Sustentabili<strong>da</strong>de Econômica e Ambiental), onde qualquer interessado pode avaliar uma ampla<br />
gama de aspectos de seus produtos, resultando num escore final que quantifica a<br />
“sustentabili<strong>da</strong>de” de seu produto. Este escore, que representa seu “custo global”, é<br />
empregado nos processos licitatórios.<br />
BEES measures the environmental performance of products by using the internationallystan<strong>da</strong>rdized<br />
and science-based life-cycle assessment approach specified in ISO 14000<br />
stan<strong>da</strong>rds. All stages in the life of a product are analyzed: raw material acquisition,<br />
manufacture, transportation, installation, use, and recycling and waste management.<br />
Economic performance is measured using the ASTM stan<strong>da</strong>rd life-cycle cost method, which<br />
covers the costs of initial investment, replacement, operation, maintenance and repair, and<br />
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