Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório
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Um doutor inglês, acrescentou, de improviso, “forever”, para sempre.<br />
PODEMOS SER UMA “ARÁBIA SAUDITA VERDE”, PARA SEMPRE.<br />
Bautista Vi<strong>da</strong>l vê futuro para o Brasil, com o fim <strong>da</strong> era dos combustíveis fósseis. “A<br />
extensão continental, os trópicos inun<strong>da</strong>dos de sol, credenciam o Brasil a ser produtor, não só<br />
de álcool, mas de biocombustíveis. Quais o biodiesel de mamona, soja, girassol.”<br />
A dizer que o Brasil será salvador do mundo, o engenheiro Vi<strong>da</strong>l ain<strong>da</strong> não conhece o<br />
biodiesel paranaense, de bagaço e palha de cana-de-açúcar, idéia que prospera na fábrica<br />
Raudi, em São Carlos do Ivaí.<br />
E nem a idéia de produção de biodiesel, a partir <strong>da</strong> reciclagem de óleo de cozinha usado,<br />
objeto de proposta <strong>da</strong> empresa NSG-Consultoria Lt<strong>da</strong>., dentro do programa “Energia Verde”,<br />
já apresentado à Copel.<br />
A única fonte permanente de energia para a terra é o sol.<br />
Quando to<strong>da</strong>s as outras perecerem, permanecerá o brilho do sol.<br />
Isso torna o nosso Brasil a mais escolhi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s nações <strong>da</strong> Terra, pela possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> geração<br />
de bio-energia.<br />
A luz do sol, permitira a síntese do carbono e o hidrogênio, formas de energias renováveis,<br />
auto-sustentáveis. O carbono é o próprio ciclo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, como aprendemos nas aulas<br />
elementares de Química Orgânica.<br />
Nos anos felizes em que fui prefeito de Curitiba, entre 1993 e 1996, foi só instalarmos a<br />
primeira linha de ônibus a álcool na nossa ci<strong>da</strong>de. Nosso exemplo foi copiado anos depois<br />
pela ci<strong>da</strong>de de Estocolmo. Existem no grande município sueco 300 ônibus, de transporte<br />
público, movidos a álcool. Fazem parte do grande plano estratégico europeu de combustíveis<br />
alternativos ALTENER. Mostramos um caminho que não foi seguido. Só serviu para <strong>da</strong>r<br />
embasamento a outras nações. Um exemplo foi à visita de importante executivo estratégico<br />
dos Estados Unidos que apareceu por aqui. Era o então senador do Partido Democrata<br />
Timothy Wirth. Depois do presidente Clinton, do presidente Al Gore e do secretário de<br />
Estado, a quarta pessoa na hierarquia de decisões do Departamento de Estado.<br />
Wirth, então de olho na criação de um projeto nacional de produção de biomassa para os<br />
Estados Unidos – uma espécie de pró-álcool dos norte-americanos – ouviu falar dos ônibus de<br />
Curitiba e lhe despertou a curiosi<strong>da</strong>de.<br />
A nossa idéia e realização fez surgir convites para falar <strong>da</strong> inédita experiência em transportes<br />
públicos. Apresentei os conceitos em Universi<strong>da</strong>des americanas <strong>da</strong> Costa Leste, de Harvard,<br />
em Boston, passando por Nova Iorque, até a magnífica Universi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Virgínia, com<br />
campus na proprie<strong>da</strong>de de Thomas Jefferson, conheci<strong>da</strong> como Monticello.<br />
Fui também recebido, em colóquio estratégico e tecnológico, na sede do Departamento de<br />
Estado, em Washington.<br />
Engana-se quem pensa que a mais poderosa <strong>da</strong>s nações <strong>da</strong> terra, que acaba de trocar sangue<br />
por petróleo, seja no Afeganistão, seja no Iraque, e vive, permanentemente, ameaçando de<br />
invasão o Irã, não quer produzir biomassa.<br />
Engenheiros brasileiros tem se manifestado sobre a importância estratégica <strong>da</strong> Biomassa,<br />
alertam que: “ain<strong>da</strong> neste trimestre, os EUA soltarão o seu plano sobre biomassa, mais<br />
ambicioso que o protocolo de Kyoto. Bush, pressionado pela que<strong>da</strong> de populari<strong>da</strong>de após os<br />
furacões que destruíram as refinarias dos estados do Texas e <strong>da</strong> Louisiania, terá que <strong>da</strong>r uma<br />
resposta ecológica”.<br />
Há estudos, no Canadá, que denunciam: o diesel, quando de sua queima, pela liberação de<br />
partículas de carbono e fuligens, e a liberação de uma grande gama de componentes orgânicos<br />
e inorgânicos, gera sérios problemas para a saúde humana.<br />
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