Comissão Especial da Bioenergia - RCE 1/2006 - Relatório
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“O biodiesel previsto na norma técnica <strong>da</strong> Europa EN 14214. é um metil éster, O biodiesel<br />
previsto na norma técnica dos EUA. é de metil éster e etil éster”.<br />
O biodiesel do Brasil, é uma mistura <strong>da</strong>s duas.<br />
UMA NORMA HÍBRIDA. O que é péssimo para nosso país.<br />
Igual ao que aconteceu com os vídeos, conseguimos adotar um sistema de reprodução de<br />
imagens singular, diferente de todos os outros países do mundo.<br />
O mundo adotou a norma européia para biodiesel, o Brasil – que é contado entre as nações<br />
com melhores chances de desenvolver o programa – tem uma norma híbri<strong>da</strong>.<br />
A especificação brasileira está erra<strong>da</strong>. Transportar biodiesel, dentro <strong>da</strong> especificação atual<br />
com um teor residual de 0.5% de metanol, seria transportar coquetéis molotov.<br />
O programa brasileiro ain<strong>da</strong> prevê plantação de dendê no Brasil equatorial, para a produção<br />
de biodiesel de palma, o chamado “palm oil”.<br />
Hoje, o Brasil importa óleo <strong>da</strong> palma <strong>da</strong> Malásia, para a deman<strong>da</strong> interna de ácidos graxos,<br />
usados na indústria <strong>da</strong> alimentação.<br />
Fazer biodiesel de mamona e óleo de palma, é uma opção pelo pior.<br />
Mesmo assim, estamos avançando.<br />
O presidente Lula, pela Medi<strong>da</strong> Provisória 214, publica<strong>da</strong> no Diário Oficial <strong>da</strong> União, em 14<br />
de setembro de 2004, criou a Agência Nacional de Petróleo e Biodiesel, mu<strong>da</strong>ndo o nome <strong>da</strong><br />
então Agência Nacional de Petróleo .<br />
E foi só isso que fez.<br />
A mu<strong>da</strong>nça de nome já é um progresso.<br />
Custa caro ser pobre, mas a pior pobreza é a <strong>da</strong>s idéias.<br />
Devemos temer pela engenharia do futuro do Brasil. Imersos num projeto de apenas pagar a<br />
dívi<strong>da</strong> externa, de “fazer a lição de casa”, como diz o Meirelles, estamos nos esquecendo de<br />
nós mesmos, enquanto Nação, enquanto projeto coletivo. É preciso desconfiar quando os<br />
norte-americanos elogiam o Brasil: é sinal que estamos a ca<strong>da</strong> dia mais servis.<br />
Uma análise dos mercados para biodiesel, mostra a União Européia com 80% do mercado<br />
produtor mundial.<br />
Os EUA estão começando, como já falei.<br />
O Brasil não aparece.<br />
O governo italiano isenta o biodiesel para uso de aquecimento domiciliar. Por isso, na Itália,<br />
já se polui menos nas áreas onde se fazia uso de diesel nos aquecimentos domiciliares e<br />
públicos.<br />
Mas, a Itália é pequena, a Europa é urbaniza<strong>da</strong>, ocupa<strong>da</strong> há milênios.<br />
Os europeus não têm terra para plantar.<br />
O Brasil tem 240 milhões de hectares de terras agriculturáveis.<br />
Hoje, só ocupa 70 milhões de hectares.<br />
O Brasil é a grande fronteira agrícola do mundo.<br />
Mas até isso é controlado. Tudo é controlado. O Banco Mundial cortou o crédito dos<br />
produtores de cana.<br />
Precisamos reagir. Construir a energia do futuro. Não podemos abdicar do futuro. Não<br />
podemos abjurar a esperança.<br />
Já disse, que há imediata possibili<strong>da</strong>de no Paraná, de produção de biodiesel a partir de bagaço<br />
e palha de cana-de-açúcar, já falei <strong>da</strong> proposta <strong>da</strong> empresa carioca NSG-Consultoria Lt<strong>da</strong> a<br />
Copel, para instalação de uma usina de reciclagem de óleo usado de cozinha.<br />
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